A fabricante de processadores Intel contratou autores consagrados de ficção científica para que eles escrevam histórias curtas que imaginem futuros usos para a tecnologia da empresa.
A coleção, chamada “O Projeto Amanhã”, tem como objetivo capturar a imaginação do público em relação às pesquisas atuais da empresa.
Sonhando com o futuro
A Intel acredita que isso poderá ajudar a antecipar as aspirações dos consumidores, e fomentar a adoção futura de seus produtos.
Projeto Amanhã
O Projeto Amanhã é liderado pelo futurista da Intel, David Brian Johnson, que se refere ao projeto como uma forma importante de avaliar as tendências tecnológicas do futuro.
“Quando projetamos chips para colocar em sua televisão, em seu computador, seu telefone – nós precisamos fazer isso com cerca de cinco ou dez anos de antecedência. Nós precisamos ter uma compreensão do que as pessoas vão querer fazer com esses dispositivos,” disse Johnson.
“O que a ficção científica faz é nos dar uma maneira de pensar sobre as implicações das tecnologias que estamos construindo, para as pessoas que vão realmente usá-las.”
O conceito é chamado de “moldar o futuro”, e visa dirigir os futuros usos da tecnologia, em vez de simplesmente responder às forças do mercado.
“Se nós pudermos dar às pessoas uma visão do futuro – e fazer isso através da ficção científica – nós poderemos capturar a imaginação das pessoas”, disse Johnson.
Contadores de história
A iniciativa sugere uma mudança cultural pela gigante dos processadores, que teve de se adaptar a mudanças bruscas na paisagem da tecnologia de consumo.
Nas últimas décadas, a Intel foi capaz de impulsionar o progresso e lucrar através de incrementos constantes na velocidade dos processadores.
No entanto, em um mundo pós-PC, empresas como a Apple têm usado com sucesso as inovações no estilo de vida para conduzir os apetites futuros do mercado.
“A Intel dominou o mercado de computadores pessoais e de servidores por um longo tempo. Conforme o mundo se move para dispositivos móveis, onde ela não é a número um, o que eles vão fazer?” comentou o escritor britânico Ray Hammond, que olhou as pesquisas em desenvolvimento nos laboratórios da Intel e as utilizou como base para seu “Mercy Dash”, que faz parte do Projeto Amanhã.
O autor acredita que a narrativa tem um papel importante a desempenhar nas tecnologias do futuro.
“Contar histórias é algo muitas vezes subestimado em marketing e desenvolvimento. Isto pode engendrar reações que você simplesmente não obtém apenas mostrando um monte de slides. Os melhores CEOs – como Steve Jobs, da Apple – são os contadores de histórias mais brilhantes,” disse o Sr. Hammond.