Home Artigos Indústria brasileira de Grafeno tem enorme potencial

Indústria brasileira de Grafeno tem enorme potencial

por Paulo Fernandes Maciel

O potencial da indústria brasileira de Grafeno


O grafite, material que tem ganhado fama recentemente, sempre esteve por aqui e já é utilizado pela humanidade há centenas de anos. Apesar da aparência inocente, é dele que vem um novo material, simples, versátil e promissor: o grafeno. Isolado pela primeira vez em 2004 por Konstantin Novoselov e Andre Geim, na Universidade de Manchester, Inglaterra, o estudo rendeu à dupla o Prêmio Nobel de Física em 2010. A partir daí o material passou a ser de grande interesse por indústrias e pesquisadores de todo o mundo, iniciando um grande e promissor mercado que movimenta bilhões de dólares todos os anos.

O grafeno é uma das formas cristalinas do carbono, assim como o diamante e o grafite. Tem o formato de uma folha plana de átomos de carbono densamente compactados e com espessura de apenas um átomo, reunidos em uma estrutura cristalina hexagonal.
As ligações químicas e a espessura do grafeno são responsáveis por diversas propriedades importantes desse elemento, como resistência mecânica e condutividades térmica e elétrica. Essas características têm atraído os cientistas e a indústria tecnologia por suas infinitas possibilidades de uso.

indústria brasileira de Grafeno

O Brasil é um dos maiores produtores de Grafeno no mundo e a indústria brasileira de Grafeno ve se despontando


O grafeno é uma substância com uma infinidade de propriedades. Trata-se do material mais fino conhecido no mundo com um átomo de espessura e também incrivelmente forte – cerca de 200 vezes mais forte que o aço. Além disso, o grafeno é um excelente condutor de calor e eletricidade e possui interessantes habilidades de absorção de luz.
Esse material é leve, rígido e impermeável. A aplicabilidade do grafeno está em diversas áreas. As mais conhecidas são: construção civil, energia, telecomunicações, medicina e eletrônica.

Pesquisas


Os pesquisadores de todo o mundo continuam a investigar e patentear o grafeno constantemente para conhecer suas várias propriedades e possíveis aplicações, que incluem: baterias, transistores, chips de computador, geração de energia, supercapacitores, sequenciamento de DNA, filtros de água, antenas, telas sensíveis ao toque (para telas LCD ou OLED), células solares e produtos relacionados à eletrônica. Assim, é um dos materiais mais promissores devido às suas propriedades físico-químicas excepcionais.

O volume do mineral base


O Brasil é o segundo maior produtor de grafite do mundo e o terceiro em reservas, segundo o United States Geological Survey (USGS). A produção brasileira é o dobro da dos Estados Unidos, Canadá e México. Para o empresário brasileiro Michael Aboud, que produz Grafeno no Brasil e nos Emirados Árabes, o Brasil ocupa uma posição prestigiada neste setor e investimentos na área podem resultar em grandes avanços no país com grande impacto na economia: ‘’O Brasil possui a 2ª maior reserva de grafite do mundo, da qual nem 5% está sendo explorada devido a falta de investimentos em tecnologia e desenvolvimento.

Se for criado um programa de incentivo em núcleos de desenvolvimento e uma política física específica, o Brasil poderá viver uma expansão extraordinária, faturando tanto quanto na agropecuária por exemplo’’, disse o empresário que atua no ramo há cerca de cinco anos.

Estudos de viabilidades


Um dos principais núcleos de estudo e desenvolvimento de Grafeno no Brasil é realizado em São Paulo pela Universidade Mackenzie. Em um prédio moderno e de alta tecnologia, com um investimento de R$100 milhões, localizado no campus Higienópolis do Mackenzie em São Paulo, o grafeno é estudado e pesquisado na fronteira do conhecimento mundial pelo Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologias.

O Centro conta com o apoio especial da FAPESP e atua de maneira complementar com o Centre for Advanced 2D Materials (CA2DM), da Universidade Nacional de Singapura. Possui, também, convênios e parcerias com instituições brasileiras, com os principais Centros de Pesquisa internacionais e com grupos de trabalho em diversos países, caso do maior programa de pesquisa e inovação da União Europeia, o Projeto Horizon 2020.
Embora o grafeno tenha ganhado notoriedade recentemente, a exportação desse material já é significativa. A Coréia, uma potência de baterias, importa bilhões de grafite do Brasil todos os anos.

O potencial prevê aumentar a capacidade da indústria brasileira de Grafeno

Devido à sua alta dependência da China geograficamente próxima, a quantidade de importações do Brasil é pequena, mas observa-se que pode aumentar no futuro. A diversificação das linhas de abastecimento é necessária para atender a crescente demanda por grafite devido ao crescimento da indústria de baterias.
O material tem um imenso potencial tecnológico e comercial a ser explorado e, além disso, o Brasil tem a oportunidade de ser internacionalmente competitivo, mas como o grafeno tem um valor atual altíssimo (vale mais que ouro!), um dos objetivos do setor é transformar o material grafite em um produto de custo mais viável para uso pela indústria brasileira de grafeno através de investimentos.

Leia também:

Cientistas criam bateria a base de grafeno, 5 segundos para recarga total

Governo incentiva projetos de inovação em grafeno

Você também pode gostar

Deixe um Comentário

Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência. Aceito Mais informações