Como funciona a nova tecnologioa o eSIM ou e-chip para celulares
As principais tecnologias que marcaram os últimos 20 anos têm algo em comum: com a sofisticação de seus materiais e processos, elas tiveram suas dimensões reduzidas pouco a pouco. Isso aconteceu também com os chips de celulares, que passaram do SIM para o microchip e, então, para o nanochip. No entanto, a diminuição continuou, e hoje já é possível utilizar o eSIM, também conhecido como eChip.
Tecnicamente, o eSIM é o próximo passo natural depois do lançamento do nanochip, que já apresentava um tamanho bem reduzido em relação à primeira versão SIM que chegou ao mercado.
Soldado diretamente na placa de dispositivos smart, novo chip consegue ajudar na localização de aparelhos e aumenta segurança
O eChip possui apenas cinco milímetros de tamanho, o equivalente à metade de um nanochip. Mas sua principal diferença não está apenas no tamanho, já que ele não é vendido separadamente do aparelho celular. O eSIM não precisa ser inserido em um novo aparelho, porque ele já é soldado na placa do equipamento, como um smartphone ou smartwatch, além de tablets ou outros eletrônicos smart.
Ou seja, o eSIM não é removível. Com isso, não é possível transferi-lo a um outro aparelho celular mais convencional, como um smartphone LG, Samsung ou até mesmo Apple, que existe hoje no mercado. Os novos chips passarão a ficar amarrados ao dispositivo.
Melhora na conexão
O que isso traz de positivo para os novos aparelhos? Esses novos chips permitem que o aparelho receba dados e informações de uma maneira remota, melhorando a conexão e permitindo que uma linha, o número do celular, tenha uma ligação remota também com outros equipamentos.
Assim como aconteceu com outras tecnologias, a redução no tamanho não significou redução na capacidade de armazenamento. O que aconteceu foi o contrário: enquanto os nanochips conseguem chegar a 128 GB de memória, o novo eSIM pode ter até os impressionantes 512 GB.
Apesar dessa mudança bastante significativa, a expectativa é de que ele continue armazenando informações semelhantes ao chip tradicional, ou seja, contatos, dados da pessoa assinante da linha, informações sobre a própria linha, entre outros dados que sejam relevantes para identificação e praticidade no dia a dia.
Possibilidade de mais de 1 linha
Um outro grande diferencial é que um único eSIM será capaz de receber mais de uma linha. Ou seja, ele permite que os aparelhos continuem tendo a funcionalidade dual chip, para pessoas que desejam usar o mesmo aparelho para lazer e trabalho ou utilizar diferentes benefícios das operadoras de telefonia móvel. A portabilidade da linha também deve ser algo a ser destacado pelas fabricantes quando mais modelos com eSIM se tornarem mais populares no Brasil. Afinal, a portabilidade de linha não será mais feita com a mudança de um chip para outro aparelho. A mudança passa a ser feita de maneira remota, o que obrigará as operadoras a criar novas maneiras de fazer esse procedimento de maneira mais ágil e prática para os usuários

eChip: mais segurança para os usuários
Uma das principais questões que têm preocupado os usuários de telefone móvel no Brasil e no mundo é relativa à segurança. Já que os celulares e outros dispositivos smart armazenam dados muito importantes e sensíveis de cada pessoa, é importante que a proteção seja cada vez mais sofisticada, para evitar prejuízos materiais ou até mesmo outros danos às pessoas.
No caso do roubo de celular, por exemplo, o eSIM pode ser uma boa alternativa para melhorar a segurança dos usuários.
Mais segurança
De forma mais simples, o eChip ajuda a aumentar essa segurança já na chamada tela de bloqueio – o momento em que o usuário deve digitar uma senha, usar a digital, fazer um desenho ou realizar o reconhecimento facial. Com maior capacidade de armazenamento, é possível tornar esses padrões ainda mais sofisticados.
Outros procedimentos, como o uso de aplicativos de rastreio ou a possibilidade de contatar a operadora para bloquear a linha do celular, já são feitos hoje em dia, mas só funcionam se o aparelho estiver conectado à internet ou se o chip estiver no aparelho. Ou seja, ao remover o chip (nanochip), essas funcionalidades deixam de ser possíveis.
Por isso, frequentemente, quando um aparelho desses é roubado ou furtado, os criminosos costumam remover o chip e desligar o equipamento. Isso torna quase impossível localizá-los, apesar de todas essas funcionalidades.
Mais facilidade no rastreamento
A expectativa é de que o uso do eSIM torne mais complicado para os criminosos evitar o rastreio, impossibilitando que os aparelhos possam ser repassados. Já que esse novo chip está ligado à própria estrutura dos eletrônicos, seria necessário danificá-los para tirar o localizador, o que torna o equipamento menos atrativo e pode dar mais tempo para que o proprietário consiga contatar a operadora e bloquear totalmente o aparelho.

Se o proprietário do aparelho mantiver o celular conectado à rede móvel, como 4G ou 3G da operadora; isso também dará mais chances de que o aparelho seja rastreado antes de os criminosos conseguirem fazer algo. E também torna possível que aplicativos sejam acionados para deletar possíveis conteúdos sensíveis; como informações de cartões, aplicativos de banco, senhas de redes sociais, entre outros dados importantes, e que tornam esses aparelhos ainda mais valiosos.

eSIM já disponível no Brasil
Segundo as operadoras de telefonia móvel no país, essa tecnologia já está disponível para todos os usuários que tiverem aparelhos compatíveis. Muitas dessas empresas oferecem a migração do nanochip para o eSIM de forma gratuita; evitando que os usuários tenham qualquer custo ao aderir a essa nova tecnologia.
A principal dificuldade, no entanto, continua sendo encontrar opções de aparelhos que já possuem esse chip instalado internamente; algo que deve ser feito já na fabricação do modelo. Para smartphones e smartwatches mais modernos, a tecnologia é mais comum; no entanto, os preços podem ser bem salgados para a maior parte dos brasileiros, principalmente com o câmbio desfavorável.
Modelos com a nova tecnologia
Veja abaixo alguns dos modelos que já possuem a tecnologia de fábrica; de acordo com as principais marcas de celulares e relógios inteligentes.
Apple: iPhone XR, iPhone XS e XS Max, iPhone 12, 12 mini, 12 Pro e 12 Pro Max; iPhone SE (2ª geração) e Apple Watch Series 3, 4, 5, 6 e SE.
Samsung: Samsung Galaxy S20, S20+, S20 Ultra, Samsung Galaxy Fold, Samsung Galaxy Z Fold2, Fold3 5G Samsung Galaxy Z Flip, Flip3 5G, Samsung Galaxy Note 20, 20 Ultra;
Samsung Galaxy S21 5G, S21+ 5G, S21 Ultra 5G e Galaxy Watch; Galaxy Watch Active2, Galaxy Watch 3 LTE e Galaxy Watch Active 4.
Motorola: Moto RAZR.