O Brasil avançou cinco posições em um ranking anual de competitividade
preparado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês).
Apesar da melhora, o país é apenas a 53ª economia mais competitiva do mundo,
entre 142 países analisados.
Competitividade global
A organização destaca o grande mercado consumidor interno e o ambiente para
negócios sofisticado como os pontos fortes do país,
As áreas de preocupação são o pouco incentivo à competição, a rigidez das
leis trabalhistas e o sistema educacional ruim.
No ano passado, a economia brasileira havia perdido duas posições no ranking,
apesar de uma melhoria da avaliação do país nos critérios adotados pelo WEF para
formular o ranking, após ter galgado 16 posições entre 2007 e 2009.
Pilares da competitividade
A avaliação do WEF para a formulação do ranking considera 12 itens tidos como
“pilares da competitividade”, divididos em três categorias – requisitos básicos,
promotores de eficiência e fatores de inovação e sofisticação.
A primeira categoria, requisitos básicos, inclui instituições,
infraestrutura, ambiente macroeconômico, e saúde e educação primária.
Na segunda categoria, promotores da eficiência, o WEF considera educação
secundária e treinamento, eficiência do mercado de bens, eficiência do mercado
de trabalho, desenvolvimento do mercado financeiro, preparo tecnológico e
tamanho do mercado. Na terceira, fatores de inovação e sofisticação, são
analisados sofisticação empresarial e inovação.
Para chegar à avaliação de cada país, a organização atribui um peso diferente
para cada um desses 12 pilares, formados por uma série de outros subitens.
O WEF também divide os países em cinco grupos diferentes, dos menos
desenvolvidos aos mais desenvolvidos, e atribui pesos diferentes a cada uma das
três categorias básicas para cada grupo de países, considerando que nos países
mais pobres os requisitos básicos são mais importantes do que outros fatores,
enquanto nos mais desenvolvidos inovação e sofisticação têm um peso relativo
maior.
Brasil
Entre as três categorias básicas, o Brasil se sai melhor em fatores de
inovação e sofisticação, no qual fica em 35º no ranking específico, e entre os
promotores de eficiência (41º), mas aparece somente como o 83º na categoria
requisitos básicos.
O Brasil é listado pelo WEF no grupo de países com estágio intermediário de
desenvolvimento, impulsionados pela eficiência, para os quais a organização
considera um peso relativo maior aos promotores de eficiência e aos requisitos
básicos na elaboração do ranking geral.
Entre os itens mais bem avaliados da economia brasileira estão o tamanho do
mercado consumidor (8º no ranking específico), segurança dos bancos (16º) e
disponibilidade de serviços financeiros (25º).
No lado oposto, entre os itens mais mal avaliados no Brasil estão o peso das
regulamentações governamentais (142º), extensão e efetividade dos impostos
(142º), taxas de juros (137º) e qualidade de infraestrutura portuária
(130º).
O WEF aponta que infraestrutura geral, item no qual o Brasil fica na 104ª
posição, ainda é um dos pontos fracos do Brasil, apesar dos investimentos do PAC
(Programa de Aceleração do Crescimento).
Fundamentos da competitividade
Outros países latino-americanos também registraram uma grande melhora no
ranking neste ano: o México subiu oito posições (para 58º), o Peru ganhou seis
(para 67º), a Bolívia subiu cinco (para 103º) e o Equador subiu quatro (para
101º). Panamá, Argentina, Barbados e Uruguai também ganharam posições no
ranking.
O Chile, que teve uma leve melhora de avaliação, mas perdeu uma posição no
ranking deste ano, permanece como o país latino-americano mais bem colocado na
lista o WEF, na 31ª posição. A Argentina, que subiu duas posições, está em
85º.
Para o WEF, o desempenho geral dos países latino-americanos “está ligado a
uma melhora em alguns fundamentos de competitividade, como políticas fiscais e
monetárias mais sólidas e o crescimento da demanda interna, além das condições
externas mais favoráveis, incluindo uma demanda robusta por commodities da China
e a recuperação progressiva de economias importadoras, particularmente os
Estados Unidos”.
Ranking geral
A Suíça manteve a primeira posição no ranking, seguida por Cingapura, que
ganhou uma posição, e Suécia, que caiu uma. Os Estados Unidos caíram uma posição
entre 2010 e 2011 e agora estão em 5º no ranking.
O grupo dos dez primeiros do ranking é completado por Finlândia (4º),
Alemanha (6º), Holanda (7º), Dinamarca (8º), Japão (9º) e Grã-Bretanha
(10º).
Entre os grandes países emergentes, a China aparece na 26ª posição, a
Indonésia na 46ª, África do Sul na 50ª, Índia na 56ª, Turquia na 59ª e Rússia na
66ª.
Para o professor da Universidade de Colúmbia, Xavier Sala-i-Martin, um dos
coautores do estudo, a promoção da competitividade deve servir como um dos
fatores para a ajudar a recuperação econômica global.
“Para estabelecer uma recuperação mais estável, as economias emergentes e em
desenvolvimento devem se assegurar que seu crescimento é fruto de avanços em
produtividade. As economias avançadas, muitas sofrendo de desafios fiscais e
crescimento fraco, devem focar em medidas que aumentam a competitividade para
criar um círculo virtuoso de crescimento e garantir uma recuperação econômica
sólida”, afirma.
Com informações da BBC
Redação, Colaboração e Autoria Inova Tecnol