Por Veridiana Atanes*
O avanço da tecnologia e dos sistemas de computação traz inúmeros benefícios para as empresas e maior eficiência em seu gerenciamento e processos. Porém, uma consequência não tão desejável dessa progressão tecnológica e suas facilidades são as espionagens e ataques cibernéticos cada vez mais comuns em grandes corporações, e acredite, também nas pequenas.
Engana-se quem pensa que somente empresas que movimentam muito dinheiro correm risco de sofrer um ataque deste tipo. Hospitais, laboratórios, hotéis, empresas alimentícias e comércios varejistas estão entre os principais alvos dos ataques. A tecnologia está acessível para um grande número de pessoas e os golpistas não necessariamente visam ataques financeiros. Muitas vezes, informações confidenciais, contratos e outros documentos são os alvos dos hackers e é fundamental estar atento ao risco.
O prejuízo para as empresas é difícil de mensurar, vai depender muito da atuação do negócio, do quanto o ataque afetou a reputação da empresa, passando por custos de recuperação de dados, indenização de clientes e alteração da segurança do sistema. Uma pesquisa da NetDiligence Claims Study aponta que os roubos mais comuns de dados são: informações de identificação pessoal com cerca de 41% dos casos, seguido por informações de saúde, 21% e informações de cartões de crédito em 19%.
Os seguros de riscos cibernéticos atuam com coberturas para empresas e também para reclamações de terceiros. Na cobertura para a empresa estão incluídos assessoria legal para tratar o ataque, despesas de notificação dos terceiros cujos dados foram expostos, monitoramento de crédito e de identidade, custos com perícia, com gerenciamento de imagem, interrupção de negócios devido a falhas de segurança na rede, entre outros. Já a cobertura para terceiros inclui reclamações de clientes por roubo, destruição ou corrupção de dados digitais, quebra de confidencialidade, violação de privacidade ou propriedade intelectual, contaminação de dados pessoais e danos morais.
Números do mercado de riscos cibernéticos indicam que 5 em cada 6 grandes empresas sofrem ataques por meio de phishing que é uma forma de fraude eletrônica caracterizada por tentativas de adquirir dados pessoais ao se fazer passar por uma pessoa confiável ou uma empresa enviando comunicação eletrônica oficial. Nas pequenas empresas os dados de três anos atrás já mostravam aumento de 26% nos ataques phishing e este número subia para 30% nas empresas de médio porte. Neste cenário entendemos a importância da prevenção contra estes ataques não só nos sistemas de gestão utilizados pelas empresas, mas também com seguros que possam tranquilizar clientes e empresários em situações mais críticas.
(*)Veridiana Atanes, Gerente de produtos financeiros da Lockton Brasil.