A digitalização, fortemente impulsionada pela pandemia, e a necessidade crescente de recursos por parte de pessoas físicas e jurídicas durante a crise, estimularam os empréstimos intermediados por fintechs de crédito e bancos digitais ao longo de 2020. De acordo com dados do setor, o segmento triplicou o volume concedido em 2019, na casa dos R$ 3 bilhões, ficando em torno de R$ 9 bilhões no ano passado. Para 2021, a estimativa é que o montante possa dobrar.
Para se ter uma ideia do salto vivenciado pelo setor nos últimos anos, a pesquisa A Nova Fronteira do Crédito no Brasil, feita em parceria entre a Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD) e a consultoria PwC Brasil, revelou que o volume de crédito concedido no país pelas fintechs foi de R$ 804 milhões em 2017, alcançando R$ 1,195 bilhão em 2018.
Segundo a ABCD, entidade que reúne as fintechs de crédito, o movimento pode ser explicado pelo novo comportamento do consumidor, que por necessidade teve de migrar suas atividades para o ambiente digital, o que ampliou a demanda por serviços financeiros on-line, e também pela mudança nas instituições financeiras tradicionais, que se tornaram mais conservadoras e seletivas para dar crédito e aceitar novos clientes, criando oportunidades para as empresas que nasceram no ambiente digital.
Na visão de Rafael Pereira, presidente da ABCD, neste ano a expectativa é que o ritmo de crescimento do crédito digital se mantenha e alcance um volume ainda maior. “Depois de duas décadas sem novidades, o sistema financeiro brasileiro passa por um processo de inovação importante, que traz novos players, amplia a atuação de instituições e fomenta a competição. Tudo isso contribui para a ampliação do mercado”, analisa.
“A tendência é que o volume de crédito intermediado pelas fintechs e bancos digitais tenha um crescimento exponencial em 2021, mesmo que o aumento seja sobre uma base pequena, a quantidade de operações tem subido fortemente”, pontua Pereira.