Maria e João acabaram de ser contratados por uma mesma empresa. Maria é uma mulher solteira de 36 anos cujo programa predileto é ir ao cinema e shows. Gosta de exercitar-se pelo menos três vezes por semana porque acredita que a atividade física a ajuda a manter o equilíbrio mental. João é um homem casado de 44 anos, que gosta muito de interações sociais com seus colegas de trabalho e adora passar todo seu tempo livre em casa, cuidando do filho de 3 anos.
Como profissionais com perfis diferentes e necessidades específicas, os dois recém-contratados optaram por receber benefícios distintos. Para Maria, fazia sentido escolher créditos de vale-cultura e de academia. Para João, o auxílio-creche e o vale-refeição farão toda a diferença.
Embora Maria e João sejam personagens hipotéticos, empresas que começam a implantar programas com diversas opções de benefícios aos seus trabalhadores são reais – e cada vez mais numerosas. “O modelo flexível está ganhando espaço. A cada dia, mais empresas desejam aumentar o número de opções de benefícios para a escolha do trabalhador. Esse é o real conceito de benefício flexível: franquear escolhas de benefícios ao trabalhador”, afirma Willian Tadeu Gil, diretor de Relações Institucionais da Sodexo Benefícios e Incentivos. “As empresas que o adotam buscam adequar suas práticas às políticas de benefícios difundidas em vários outros países ou desejam ser vistas como inovadoras e focadas na experiência de seus colaboradores.”
O que são benefícios flexíveis?
O mercado de benefícios, segundo Willian, passou por uma transformação recente. “Até alguns anos atrás, ele era composto basicamente por três pilares: o do vale-transporte, o PAT, que é o programa de alimentação do trabalhador, com vale-alimentação e vale-refeição, e o vale-cultura”, afirma o executivo.
Dentre as várias alterações na legislação propostas pela Reforma Trabalhista de 2017, houve a criação de outros valores pagos pela empresa aos seus trabalhadores sem a configuração de salário. Seriam, portanto, novos benefícios, como por exemplo ajuda de custo, diárias para viagens, prêmios e abonos.
Com uma gama aumentada de benefícios, passou a fazer mais sentido oferecer ao trabalhador a opção de escolher pelos que atendem suas necessidades específicas. “É isso que são benefícios flexíveis”, diz Willian. “Dentro de uma cartela de opções, o colaborador da empresa pode selecionar os que prefere.”
Nesse sentido, o funcionário da empresa se transforma no centro da questão, no tomador de decisão. “O foco passa a ser a experiência do trabalhador.” Por outro lado, para a empresa, a flexibilidade funciona como uma ferramenta de gestão de pessoas, já que ela aumenta o índice de satisfação do colaborador.
Como usar benefícios flexíveis?
Willian conta que existe atualmente uma certa desinformação quando o tema são benefícios flexíveis. “Talvez pela novidade do tema no Brasil”, pondera.
“É importante lembrar que benefício flexível significa franquear a escolha dos benefícios ao trabalhador. Não significa utilizar algum benefício específico sem observar a sua correta destinação” diz Willian.
Ele enfatiza ainda que, “como são benefícios, eles têm incentivo fiscal e regras próprias de utilização. Por isso, é falsa a ideia de que é possível usar os créditos destinados a, por exemplo, auxílio-alimentação para pagar aplicativos de streaming”.
“Usá-los para outra finalidade pode configurar desvio de finalidade, que traria uma série de consequências negativas.”
De qualquer forma, Willian argumenta que o mercado está evoluindo no entendimento sobre benefícios flexíveis e que há uma ótima oportunidade a ser explorada pelos RHs na construção da jornada de experiência de seus colaboradores, além, é claro, de contar com valiosas ferramentas de gestão.
Link para o infográfico: quais são as vantagens dos benefícios flexíveis?