A capacitação e o treinamento de novos profissionais para atuarem nos aeroportos brasileiros é um dos desafios para o setor aeroportuário nos próximos anos, uma vez que a previsão é de que mais 100 milhões de passageiros circulem pelos complexos nacionais no médio prazo devido à ampliação e construção de aeroportos previstos no Plano de Aviação Regional do Governo.
Pioneiro no país, o projeto do Aeroporto Escola, desenvolvido em parceria com a CFLY Aviation, deve ser instalado no Aeroporto Catarina, primeiro aeroporto executivo da região metropolitana de São Paulo, em São Roque, para aumentar as possibilidades de formação de mão de obra qualificada.
De acordo com o presidente da CFLY Aviation, Francisco Lyra, “o aumento na demanda pressionará a capacitação de profissionais e será necessário reformar o conteúdo ministrado em escolas de aviação para garantir a empregabilidade de profissionais, já que hoje existe um hiato no sistema de ensino com a realidade do mercado”. Este será um dos temas abordados pelo executivo durante workshop que acontecerá na Air port Infra Expo – Gestão de Aeroportos, este mês, que tratará dos aspectos da formação e desafios da área de recursos humanos de aeroportos e de toda a estrutura do aeroporto escola, ao lado do superintendente de navegação aérea da Secretária de Aviação Civil, Juliano Noman.
O presidente e mentor do projeto aeroporto escola ressalta que a constante atualização do conteúdo ministrado para futuros controladores de tráfego aéreo, instrutores, entre outras aéreas, é uma prioridade. “Atualmente, a fragilidade do conteúdo aplicado é tamanha, que algumas empresas aéreas possuem treina mentos próprios para auxiliar na formação de profissionais, o que, na prática, não deveria acontecer. Além das entidades privadas, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) tem um setor de treina mento, porém não possui estrutura para suprir a demanda”, pontua Lyra.
Lyra explica que, assim como em áreas como hotelaria e gastronomia, que adotam esse modelo de escola, “a ideia do aeroporto é servir como um local OJT (on the jo b training), ou seja, o treinamento seria realizado no próprio local de trabalho para permitir que trainees tenham novos conhecimentos e acumulem vivência, algo primordial para uma futura contratação”. A previsão é que a primeira fase do Aeroporto Catarina, que atenderá em grande parte das aeronaves executivas existentes em voos internacionais de longo cur so, fique pronta no próximo ano para ope ração parcial