A indústria dos games é um dos segmentos do entretenimento mais rentáveis do mundo, tanto que não é de hoje que escutamos falar na expansão, cada vez maior, deste mercado. Segundo o Superdata, em 2013 o Brasil faturou US$ 1,3 bilhão e em 2014 a expectativa era de 1,5 bilhão.
Atualmente, detemos 35% da receita de jogos digitais o que nos torna o maior mercado da América Latina, seguido do México com 22% e da Argentina, com 15%. Avaliado em US$ 4,5 bilhões o mercado de jogos digitais é um dos que mais cresce na região, ainda de acordo com o Superdata.
Dados da Google mostram que há 54 milhões de gamers no Brasil, sendo que desse total, 46 milhões são jogadores online. Além disso, dos 100 maiores canais em número de assinantes, 29 deles são sobre jogos, alcançando 22 milhões de pessoas.
E, apesar de ser um segmento que ainda, infelizmente, carece de infraestrutura e incentivos do governo, as expectativas para os próximos anos é que o mercado continue crescendo.
A Acigames – Associação Comercial, Industrial e Cultural de Games – especula que o faturamento do segmento suba 20 bilhões de dólares em três anos. Para 2015, só a Playspot, publisher de entretenimento online, pretende lançar, pelo menos, mais cinco games. Alguns, inclusive, atingirão um público que hoje a empresa ainda não abrange.
Acredito que daqui a alguns anos o mercado de games no Brasil irá se consolidar como um entretenimento sério, como já acontece com o futebol, cinema ou música. Basta verificarmos algumas notícias recentes que mostram que a indústria de games já é maior do que os segmentos de músicas e filmes.
Sem contar o segmento e-sport, onde os jogadores já recebem incentivos para se tornar um e-atleta. Vejo o gamer como um atleta em um futuro muito próximo. Se salários milionários são possíveis para pessoas que correm atrás de uma bola, no caso do futebol, por que isso não poderia acontecer para quem clica e aperta inúmeros botões ao mesmo tempo? Assim como o futebol, o gamer precisa de treinamento, raciocínio lógico e criatividade para se adaptar às situações que ocorrem em tempo real. E, assim como num jogo real, precisam de narradores, juízes e patrocinadores. Hoje os campeonatos online conquistam milhões de telespectadores que podem assistir às partidas de qualquer lugar do mundo, inclusive desbancando a audiência de muitos programas da TV aberta.
Vou ainda mais além, acredito que não vai demorar muito para termos nos Brasil um canal de TV voltada apenas para jogos, onde todos os campeonatos sejam transmitidos e comentados, como já acontece em alguns países. E, apesar de estarmos muito atrás de mercados como o dos EUA e da Coréia, estamos bem confiantes de que o Brasil pode e irá se desenvolver cada vez mais.
* Byong Hawn Kang, é diretor de operações da Playspot e possui vasta experiência no mercado de games