405
A Defesa Civil de Campinas acaba de decretar estado de emergência na cidade nesta tarde de segunda-feira (13) devido à baixa umidade do ar, que chegou a 11,9%. A medida significa que é necessário adotar cuidados com a saúde e com as queimadas.
O índice é semelhante ao registrado em áreas de deserto. Esta segunda também foi o dia mais quente do ano, com 37,2 graus Celsius, segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp.
Com o cenário de altas temperaturas e baixa umidade, é necessário intensificar a hidratação do corpo e evitar exposição ao sol e exercícios físicos.
A combinação do calor e baixa umidade, aliada à falta de chuva, contribui para que a sensação térmica seja ainda maior. O final de semana foi um dos mais quentes do ano, quando a máxima registrada foi de 36,7ºC.
Com o estado de emergência, as folgas de funcionários da Defesa Civil estão suspensas em razão de aumentar a possibilidade de incêndios na cidade.
O órgão também intensificou vistorias em áreas de mata e colocou de sobreaviso serviços públicos e a Sanasa, para apoio a situações de emergência e o Corpo de Bombeiros.
Também foram emitidos comunicados para outras secretarias municipais, como de Educação e Saúde para planejamento. As aulas de educação física em áreas abertas devem ser restringidas.
Atendimento médico
O período seco e quente eleva os riscos para a saúde. As principais vítimas tendem a ser crianças e idosos, que podem sofrer desidratação e insolação. Nos idosos, a desidratação pode provocar tonturas, náuseas, queda de pressão, disfunções renais e até mesmo arritmia cardíaca.
Por causa do aumento da temperatura e dos baixos índices de umidade relativa do ar, sentidos em Campinas nos últimos dias, o Hospital Municipal Dr. Mário Gatti vem registrando um aumento na procura por atendimento em torno de 15% a 20% diariamente.
O coordenador do Pronto-Socorro Adulto (PSA) do hospital, Fabio Morano, ressaltou a importância da hidratação pró-ativa, quando os parentes oferecem líquidos com frequência, mesmo que idosos e crianças não peçam.
“Sentir sede é uma forma que o corpo encontra para alertar que precisa de líquidos, mas os idosos precisam receber água, sucos e outros líquidos, mesmo sem sede. O mesmo ocorre com as crianças, que também não se hidratam corretamente”, disse.
Segundo Morano um dos sinais da desidratação é a urina escura e escassa.
Risco de queimadas
Não há condições para chuva nos próximos dias na região, pois não há umidade suficiente para provocar chuva, segundo informações do Cepagri. A expectativa é de chuva no início da próxima semana.
O quadro se agrava porque a umidade relativa do ar deve continuar baixa. Para os parâmetros da Organização Mundial de Saúde, patamares abaixo de 12% indicam estado de emergência.
Com informações de Inaê Miranda/AAN