No âmbito energético, o Brasil se destaca por sua matriz com expressiva participação de fontes renováveis, graças aos investimentos em hidrelétricas e produção de etanol. Segundo o Balanço Energético Nacional 2014 (BEN), o alto percentual das energias renováveis na matriz energética brasileira (41% em 2013) leva a que a geração de energia no Brasil emita muito menos carbono que, por exemplo, os EUA e a China, que emitem, respectivamente, 9 e 14 vezes mais que o Brasil. A participação de renováveis na matriz energética do resto do mundo (13%) e dos países que compõem a OCDE (8,1%) é consideravelmente mais baixa que no Brasil (41%). Já na matriz elétrica, a participação dos renováveis no Brasil sobe: no Brasil, a participação de renováveis na matriz elétrica foi de 79,3% em 2013, enquanto no mundo esse percentual é de 20,3% e nos países que compõem a OCDE, 18,1%.
Considerando a fonte eólica, segundo Giorgio Romano Schutte (Brasil Debate, 2014), no governo Dilma, essa energia deixou de ser marginal e conquistou um papel de destaque como uma das fontes complementares à energia hídrica. A discussão sobre as fontes eólicas ganhou ainda mais fôlego diante de baixos níveis de reservatórios nas hidrelétricas.
Estudos mostram que o país tem muito potencial na produção desse tipo de energia: as condições de clima e relevo e os avanços tecnológicos fizeram com que o Global Wind Energy Council elegesse o Brasil como um dos países de maior potencial na geração desse tipo de energia. O Balanço Energético Nacional (BEN) 2014 mostra que, de 2012 a 2013, cresceu 30,2% a geração de energia eólica. Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), 71% dos megawatts (MW) gerados a partir do vento têm como origem o Nordeste. A Região Sul está em segundo lugar, com 28% de participação na geração. O Nordeste foi a região brasileira com maior crescimento (20,2%) de fevereiro de 2013 a fevereiro de 2014. Os estados com maior participação na geração média em fevereiro de 2014 foram Ceará, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Bahia e Santa Catarina.
Segundo Maurício Tolmasquin (Unisinos, 2014), presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em agosto de 2014, a fonte eólica atingiu o suficiente para abastecer, na média, cerca de 4 milhões de residências ou 12 milhões de pessoas. Estima-se que a participação da energia eólica na matriz energética brasileira deva atingir 11% nos próximos dez anos e, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), em seis anos, a capacidade instalada dessa fonte no país vai aumentar quase 300%, podendo abastecer mais de 20 milhões de casas no país.