Segundo informações da consultoria IDC, a preferência dos brasileiros por smartphones, pela primeira vez na história do setor, superou os celulares tradicionais no segundo trimestre de 2013. Ainda conforme a consultoria, as vendas desses aparelhos cresceram nada menos que 110% em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto isso, os celulares tradicionais registraram queda de 35% em comparação ao segundo trimestre de 2012.
Tal performance dos smartphones é fruto de diversas conjunturas. Podemos citar como principal exemplo o aumento de novas linhas registradas no mês de julho desse ano. Segundo a Anatel, o Brasil já possui aproximadamente 267 milhões de linhas de telefonia móvel ativas, com adição de 1,26 milhões no mês. A expansão da base sobre junho foi de 0,47%, enquanto o crescimento em doze meses ficou em 4,1%. Afora isso, houve a desoneração de smartphones fabricados no Brasil, fato que possibilitou o barateamento dos equipamentos.
Do total de linhas móveis no país em julho, mais de 211 milhões são linhas pré-pagas, representando 79,23%, enquanto pouco mais de 55 milhões são pós-pagas, o que equivale a 20,77%. O total de linhas pré-pagas subiu 1,2% em doze meses, enquanto o de linhas pós-pagas avançou 16,9%. Tais fatos demonstram que o consumidor começou a fazer contas e a entender que as tarifas dos planos pré-pagos são muito maiores que as do pós-pago.
Indicam também que vários serviços disponibilizados na internet podem ajudar o consumidor a economizar, graças a aplicativos gratuitos como o Whats Up e Skype, que permitem a comunicação de voz e envio de mensagens ilimitadas com
custo zero. Tais dispositivos tem causado a diminuição da receita das operadoras de telefonia móvel, no que tange aos serviços de mensagens de texto.
Além das tecnologias da informação e comunicação acima citadas, muitos serviços disponíveis na Cloud foram incorporados aos hábitos dos usuários brasileiros. Me refiro as redes sociais, serviços de armazenamento de arquivos como o iCloud da Apple, o Skydrive da Microsoft ou o Google Drive da Google. Tais serviços permitem que o usuário acesse seus conteúdos em qualquer lugar a qualquer tempo. Em outras palavras permitem a mobilidade.
Segundo a Gartner, consultoria em tecnologia da informação mundialmente conhecida, a convergência de ferramentas, aplicativos, recursos de storage (armazenamento), ocorre hoje mediante a interligação e entrelaçamento de 4 forças ou grandezas, são elas: cloud, redes sociais, informação e mobilidade. Eis aqui o futuro das tecnologias de informação e comunicação ao alcance das mãos e do bolso do consumidor de telefonia móvel brasileiro.
Tal convergência de sistemas com tecnologias de transmissões e armazenamento de informações inauguram uma nova era da comunicação, bem como um novo estágio da capacidade humana de armazenar informações, processá-las,
analisá-las e interelacioná-las em quantidade e proporções colossais. São desses contextos que emerge a Big Data, termo consagrado a aplicativos capazes de traçar perfis de comportamento do consumidor através de resultados obtidos em redes sociais, sites de busca, entre outros serviços da web. Logo teremos tanta informação armazenada e dissecada que será possível predizer uma série de eventos e fenômenos da vida. Em outras palavras, estamos na antessala da inteligência artificial.
Dane Avanzi é advogado, empresário do Setor de Engenharia Civil, Elétrica e
de Telecomunicações. É Diretor Superintendente do Instituto Avanzi, ONG de
defesa dos direitos do Consumidor de Telecomunicações