De certo modo, a maior parte da população do Brasil pode ser chamada de solidária. Ao menos é o que indica a Pesquisa Doação Brasil, realizada pelo Instituto para o Desenvolvimento e Investimento Social (IDIS). Conforme os dados do estudo, 84% dos brasileiros acima de 18 anos e com rendimento superior a um salário mínimo, fizeram ao menos uma doação em 2022.
Ainda de acordo com o estudo, em 2021, esse número correspondia a 66% da população, o que significou um aumento de 12% em doze meses. Em outros números, nos dados atuais, é como se três a cada quatro brasileiros realizassem algum tipo de ação benemerente.
Em grande maioria essas contribuições são destinadas às entidades filantrópicas também conhecidas como Organização da Sociedade Civil (OSC). É o que destaca o Dr. Tomáz de Aquino, advogado especializado no atendimento de empresas, associações, fundações e instituições religiosas vinculadas ao Terceiro Setor.
“Hoje, no Brasil, o Terceiro Setor é um grande fortalecedor socioeconômico. As OSCs desenvolvem diversos projetos em parceria com o Poder Público”. e a iniciativa Privada por meio de diferentes pilares como da cidadania, educação, assistência social e saúde, buscando promover o desenvolvimento sustentável nas mais diversas regiões. Temos muitos exemplos disso. Basta lembrarmos das APAES, Santas Casas, APACs e mesmo as inúmeras associações de moradores de determinadas regiões”, salienta o advogado.
De volta ao IDIS, o estudo vai mais além. A pesquisa considera que toda organização que integra o Terceiro Setor tem o desafio de ampliar a quantidade de apoiadores, parceiros, voluntários e doadores para si e para sua causa. O Dr. Tomáz de Aquino reforça que para alcançar tal objetivo a intersetorialidade é o caminho mais forte e claro para soluções efetivas dos inúmeros e graves problemas sociais e ambientais.
“Muito da força do Terceiro Setor é devido às doações e voluntariado de pessoas físicas que entendem o grande papel solidário dessas instituições. Claro que o aporte de pessoas jurídicas e do Governo também são extremamente significativos para essa engrenagem girar, mas não são os únicos. A verdade é que a sustentabilidade socioeconômica depende de cada um de nós e, de mãos dadas, podemos mudar o contexto de vida de muitas pessoas”, sustenta.
Essa força, ainda de acordo com a pesquisa, acontece em diferentes frentes. Registra-se que 11% das pessoas doadoras, por exemplo, contribuem por meio do arredondamento do troco de uma compra. “Aquele troco de até R$ 1 que sobra após uma compra na farmácia, no mercado ou em qualquer rede varejista pode se transformar no almoço de alguém, num tratamento contra uma doença grave ou até mesmo no apoio educacional de qualidade que uma criança ou jovem necessita e não tem acesso. Isso é mais um exemplo do quanto um pouco de cada se multiplica e se transforma no muito que faz muita diferença na vida de muitos.”, acrescenta o Dr. Tomáz de Aquino.
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