O quadrimestre de 2023 foi de recorde para o mercado de veículos elétricos e híbridos no Brasil. O aumento foi de 51% em relação ao mesmo período de 2022. Nos primeiros quatro meses do ano foram vendidos mais de 19 mil veículos leves eletrificados. Os dados, divulgados pela Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), que considerou os resultados importantes para o mercado de eletromobilidade no Brasil, confirmam o aquecimento do setor e sinalizam cada vez mais uma maior confiança dos consumidores para a compra de veículos elétricos recarregáveis.
De acordo com a ABVE, os dados totais consideram os veículos leves plug-in (BEV e PHEV), que podem ser recarregados por um conector externo, e os veículos elétricos híbridos não plug-in (HEV), somando automóveis, comerciais leves, utilitários e SUVs.
O crescimento do mercado gera também a necessidade de uma maior infraestrutura de recargas em todo o Brasil, já que os veículos elétricos não são abastecidos em postos comuns. O número de eletropostos existentes tem crescido, e a tendência é aumentar cada vez mais nos próximos anos. De acordo com ABVE, até o final do ano passado o país contava com aproximadamente 2.950 eletropostos públicos e semipúblicos, mas que, vale ressaltar, não são capazes de gerar recarga rápida ou ultra rápida. Esse levantamento da associação mostra ainda que a perspectivas para o setor é que até 2025 haja cerca de 10 mil eletropostos no Brasil.
O problema da falta de infraestrutura de recarga não é exclusivo do Brasil, acontece também em países considerados mais desenvolvidos ou em desenvolvimento, especialmente nos centros de grandes cidades.
Diante dessa crescente demanda, cada vez mais tem se investido em pesquisa e desenvolvimento para infraestrutura de recarga. Um exemplo é o Instituto de Tecnologia Edson Mororó Moura (ITEMM), parceiro da Baterias Moura e um dos pioneiros nos estudos sobre eletropostos. “Hoje já há várias empresas se preparando e levando ao mercado processos de recarga atrelados a sistemas de armazenamento. A recarga destas baterias poderá ser feita durante a madrugada, onde a tarifa é mais barata ou ainda através de energia renovável, colocando-se painéis fotovoltaicos na estrutura do eletroposto, por exemplo”, comenta o diretor executivo do ITEMM, Spartacus Pedrosa.
Tendência
Atualmente não há no Brasil produção comercial de células de lítio, apesar de as maiores reservas desse mineral estarem na América Latina. Há, para o mercado, a montagem das baterias com células importadas da Ásia. Como esse é um mercado em desenvolvimento, as condições para essa produção se darão com o próprio crescimento natural do segmento de elétricos.
Além disso, a produção nacional será determinada pelo nível de competitividade dos fornecedores, no qual o Brasil tem condições de nacionalizar grande parte do conteúdo de uma bateria. Outro aspecto importante para essa nacionalização é o que já vem ocorrendo com o investimento de outras empresas para iniciar a extração do minério.
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