Em 2017, o Burger King implementou um sistema integrado de delivery que permite que o consumidor escolha sua plataforma preferida. Esta foi apenas uma das atitudes da marca para estabelecer uma cultura de dados: em 2020, a empresa investiu R$ 20 milhões em CRM (Customer Relationship Management, na sigla em inglês – Gestão de Relacionamento com o Cliente, em português), conforme entrevista de Ariel Grunkraut, vice-presidente de vendas, marketing e tecnologia do Burger King, publicada pela Exame.
Entre outras medidas, a empresa de fast-food apostou em um aplicativo próprio que, segundo Grunkraut, já conta com mais de 35 milhões de downloads e instalou totens de autoatendimento nas lojas.
Para Pedro Ruibal, CEO da Olga – empresa que atua com Inteligência de dados para restaurantes -, o uso dos dados pode ajudar no crescimento dos negócios. “Dados trazem informações valiosas a respeito de todo negócio, não somente no setor de alimentação”.
O especialista conta que inserir uma cultura data-driven em uma empresa significa deixar de tomar decisões baseadas no conhecimento empírico e passar a nortear a organização com base em fatos. “No caso dos restaurantes, as possibilidades são imensas: os dados auxiliam na compreensão do mercado e podem guiar, por exemplo, a expansão de uma marca na abertura de novas lojas e ajudar a entender a forma como os clientes consomem um produto ou serviço”, diz Ruibal.
Informações assim são atalhos para que as empresas possam atingir níveis cada vez mais elevados em performance acelerando seu crescimento, complementa.
Cultura de dados exige conhecimento
Segundo Ruibal, todas as operações geram uma quantidade massiva de dados, mas é preciso estruturar a empresa para que toda a informação esteja unificada e pronta para ser analisada. Antes de mais nada, a marca deve entender quais são as suas fontes de informação, e o que é possível extrair de cada uma delas.
Para executar um projeto do gênero, uma empresa precisa de um time especializado e de diversas ferramentas trabalhando em conjunto. “Para implementar uma estrutura de dados na operação, é necessário investir, antes de mais nada, em conhecimento, mas não é preciso ser um gigante para trabalhar com dados e ter os resultados de marcas como Burger King, Starbucks, Domino’s, entre outras”.
Plataformas podem ajudar
Segundo o empresário, o que acontece é que as marcas, muitas vezes, não sabem por onde começar. Neste ponto, vale recorrer a empresas ou plataformas que possam trazer consigo o conhecimento e as ferramentas necessárias para que a organização possa colher os benefícios de uma cultura “data driven” sem sair de seu core business.
“Com o apoio de uma empresa especializada, é possível contar com um time de dados nas organizações e, com isso, as marcas podem explorar todas as oportunidades que existem partindo das informações que elas já produzem organicamente”, afirma.
Não é preciso esperar um momento certo
Para Ruibal, não há tempo a perder: as empresas do setor de alimentação devem investir em dados o quanto antes.
“É fato que empresas que têm uma cultura guiada por dados sempre estarão um passo à frente no mercado, afinal, elas detêm informações que são capazes de guiar sua estratégia de forma assertiva. É claro que esta preocupação acaba aparecendo de forma mais urgente quando a empresa inicia ou almeja um crescimento mais expressivo, e é aí que surge a oportunidade de começar da maneira correta”, expõe.
Para concluir, o CEO da Olga destaca que não importa o tamanho da empresa, e sim onde ela deseja chegar. ”Para os que querem ir mais longe, a inteligência de dados é uma grande aliada nesta jornada”, finaliza.
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