As políticas para educação no país vêm sendo reestruturadas e revistas desde a constituição de 1988. De lá para cá, muitas transformações ocorreram, uma delas é a LDB, Lei de Diretrizes e Bases de 1996. Nela foram estruturados conteúdos mínimos necessários para todas as escolas do país.
Contudo, como é de conhecimento, a educação é um ponto que deve ser constantemente discutido. Com isso, ao longo dos anos, novos documentos sobre as bases e diretrizes de ensino foram surgindo, tanto para o ensino básico, quanto para o ensino médio. Na segunda metade da década de 90, surgem os Parâmetros Curriculares Nacionais, PCN, que auxiliaram nessa construção de uma base educacional comum.
A Base Nacional Comum Curricular
Em 2017, surge a Base Nacional Comum Curricular, a BNCC. Enquanto os PCNs vão trabalhar os ciclos educacionais, a BNCC dedica-se ao ano escolar, dando apoio aos professores e demais profissionais da educação em como preparar estratégias, não só educacionais, mas também sociais, para os estudantes.
O professor Júlio Abdalla, idealizador e mantenedor do Colégio Gabarito, entende que as mudanças impostas pela BNCC representam uma grande oportunidade, em especial com o ‘novo ensino médio’. “Entendo que as mudanças impostas pela BNCC representam uma grande oportunidade para o país repensar a educação e o papel do jovem na sociedade. Porém, colocar em prática a BNCC e garantir qualidade no ensino são um enorme desafio para a educação em todo o Brasil”, afirma Júlio Abdalla.
Investimentos e desafios
Em 2016, o Governo Federal implementou a PEC de congelamentos de gastos. O objetivo era frear o crescimento da trajetória de gastos públicos, fixando, por até 20 anos, um limite para despesas. Nessa proposta, a educação foi diretamente impactada, já que com esse congelamento e contenção de gastos a verba o dinheiro para investimentos foi reduzido.
De acordo com Abdalla, a proposta de aumento de carga horária nas escolas com ensino em tempo integral propiciada pelo novo ensino médio não condiz com a realidade de congelamento dos gastos em educação. “Tenho clareza de que a educação, principalmente pública, no nosso país, tem problemas estruturais graves e que vivemos um momento de grande precarização das condições de ensino”, explica Júlio.
O professor dá como exemplo a proposta de aumento de carga horária nas escolas com ensino em tempo integral propiciada pelo novo ensino médio, que não condiz com a realidade de congelamento dos gastos em educação. “Creio que é apenas com mudanças significativas nesse cenário e com a valorização da educação que garantiremos um futuro promissor aos nossos jovens e à nossa sociedade”, conclui.
Como vai funcionar o novo ensino médio?
A organização da base no novo ensino médio prevê a participação do estudante por meio da escolha de parte das disciplinas a serem cursadas. Com isso, uma parte da carga horária é obrigatória a todos os estudantes. Já a outra parte, dá ao aluno do ensino médio a oportunidade de escolher um percurso acadêmico entre as áreas do conhecimento. Essa escolha é feita de acordo com os interesses e perspectivas para o futuro de cada aluno.
Educação transformadora
As mudanças, dentro da proposta educacional, impulsionam a caminhada no viés de uma educação inovadora. O estudante é colocado no centro do processo de ensino-aprendizagem. Isso faz com que o aluno se torne, cada vez mais, ativo e consciente do seu papel transformador na sociedade.
A escola que promove esse tipo de reflexão tem mais facilidade em inspirar e ajudar seus estudantes a fazerem as escolhas corretas no novo ensino médio. “No Gabarito, as disciplinas extracurriculares são pensadas de modo a favorecer a autonomia e o protagonismo do estudante. Decidir a qual área do conhecimento irá se dedicar mais, é uma escolha do aluno, que contará com o apoio da família e da equipe qualificada da escola”, finaliza o professor.
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