No Brasil, o uso da internet em meio à pandemia de Covid-19 teve um aumento entre 40% e 50%, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Esse aumento abre as portas para cada vez mais ataques cibernéticos. Os casos de phishing, que utiliza mensagens e e-mails falsos para roubar informações e aplicar golpes, dispararam 99,23% de 2019 para 2020, segundo a empresa de segurança digital Axur.
Esse tipo de ataque faz com que a confiança dos consumidores nas empresas diminua rapidamente. Os consumidores começaram a culpar as empresas pelos golpes sofridos, devido ao número crescente de mensagens falsas que recebem, enviadas por cibercriminosos que se passam pelas marcas para aplicar golpes e roubar dados.
Segundo pesquisa da Callsign, empresa pioneira em confiança digital, 57% dos consumidores perde a confiança nas marcas após receberem uma mensagem falsa com o nome da empresa. E além disso, cada vez mais os consumidores acreditam que são as empresas (bancos, varejistas e operadoras de celular) que precisam fazer mais para protegê-los e às suas informações pessoais.
“Nossos dados demonstram que a confiança do consumidor em nosso mundo digital desapareceu e – com ou sem razão – as marcas estão sendo culpadas. No entanto, a sensação é que pouco está sendo feito para restabelecer decididamente a confiança digital por meio de identidades digitais completas e precisas”, explicou Stuart Dobbie, vice-presidente sênior de inovação da Callsign.
A pesquisa com mais de mil consumidores brasileiros revelou que mais da metade (56%) dos entrevistados afirmam que sua confiança em empresas como bancos, varejistas, operadoras de rede móvel e empresas de entrega diminuiu devido a fraudes persistentes que falsificam os nomes das marcas.
Os brasileiros e a confiança digital
Os brasileiros entrevistados afirmam ter recebido golpes por email (73%), SMS (63%), aplicativos e mensagens (42%) e redes sociais (20%) no último ano. Mas quase metade (45%) não sabe para onde ou a quem denunciar uma mensagem de golpe. Quase metade dos consumidores não confia nas organizações para manter seus dados seguros.
“Com os consumidores sentindo o impacto da falta de posicionamento das organizações, não é surpresa que eles estejam pedindo mais proteção. Se continuarmos incapazes de saber e confiar que as pessoas são quem dizem ser online, grande parte das transações irão acabar. Confiança digital é sobre a confiança que temos na tecnologia, processos e pessoas para proteger nosso mundo digital. A confiança digital é sustentada por identidades digitais, e o fato de que os golpes estão acontecendo prova que nossas identidades digitais são falhas”, completou Dobbie.
Como retomar a confiança do consumidor?
A solução está em repensar como combater a fraude e como identificar pessoas online. A maioria das abordagens atuais quer resolver ambos os desafios simultaneamente através da identificação das mensagens falsas. E o problema com essa abordagem é que um cibercriminoso que usa credenciais roubadas parece um usuário verdadeiro, obtendo acesso a informações ou executando transações. Se, ao invés disso, as estratégias de fraude procurarem identificar de forma precisa apenas os usuários genuínos, isso evitará a fraude automática.
A maneira mais comprovada de fazer isso é sobrepor a biometria comportamental sobre a detecção de ameaças, dispositivos e dados de localização. Através de comportamentos como um simples deslizar na tela do telefone, a pressão de digitação, movimentos do mouse ou ângulos do dispositivo, os usuários podem ser pessoalmente reconhecidos com uma precisão de 99,999%. As organizações eliminam um ponto falho no processo de autenticação e alcançam a autenticação de dois fatores com o mínimo de atrito.
“É hora de repensar as estratégias de prevenção de fraude. Identificar usuários genuínos por meio de seus comportamentos nos permitirá identificar usuários online e restabelecer a confiança digital”, concluiu Stuart Dobbie.
* Todos os números, a menos que declarados, são da Opinium. O tamanho total da amostra foi de 9568 adultos com a seguinte distribuição nacional: Brasil, 1000; Alemanha, 1000; Hong Kong, 420; Índia, 553; Indonésia, 541; Filipinas, 529; Cingapura, 457; UK 1000; EUA, 2003.
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