A adoção de um Sistema de Execução de Manufatura – MES (Manufacturing Execution Systems) alavancou o mercado mundial das indústrias por ser um tipo de fábrica digital, segundo a Gartner, empresa de consultoria e pesquisa acerca do mercado de Tecnologia da Informação. Em seu Quadrante Mágico (relatórios de pesquisa de mercado), a empresa afirma que, até 2024, 50% das soluções MES incluirão plataformas industriais de IoT (IIoT) que sincronizadas com aplicativos baseados em micros serviços fornecerão um melhor gerenciamento, controle, coletas e análises de transações em tempo real.
MES é um sistema, computadorizado que suporta fluxos de trabalhos complexos, usado nas manufaturas de produtos desde a matéria-prima até o produto final, e ainda, documenta todo o processo de forma digital (paperless – sem uso de papel) e com rastreabilidade de todo o processo, podendo ser aplicado a qualquer tipo de indústria, de acordo com engenheiro mecânico aeronáutico Fernando Arandiga Mendes. No setor da aeronáutica, o profissional explica que o MES tem papel fundamental e proporciona vários tipos de benefícios. “O MES representa a modernização da manufatura, fornece uma ligação direta entre o planejamento e o chão de fábrica, gerando informações precisas e em tempo real, promovendo assim a otimização de todas as etapas da produção, desde a emissão de uma ordem até o embarque de produtos acabados”, afirma Fernando Mendes, especialista em Engenharia Aeronáutica pela Embraer.
São três os principais benefícios proporcionados pelo sistema na indústria aeronáutica, conforme fundamenta o engenheiro aeronáutico, com cursos de Engenharia de Sistemas Espaciais e Introdução para Tecnologia de Satélite. O primeiro é a garantia dos processos de manufatura: em que se tem a rastreabilidade de todo processo com genealogia do produto, instruções detalhadas dos trabalhos a serem realizados em 3D, garantia que o planejamento e as regras do negócio estão sendo aplicadas corretamente com coletas de dados digitais nas validações do sistema e tarefas certificadas por funcionários qualificados para aprovação.
O segundo é a visibilidade: com o MES se tem o status em tempo real da linha de montagem, com isso, tem um melhor apoio para as tomadas de decisões. E o terceiro benefício, informa o profissional, é sobre o processo de produção em formato digital: não há utilização de papel (paperlless), possui fonte única de informação (para fazer pedidos, desenhos, instruções de trabalho e lista de materiais) e conta com um apoio de suporte aos departamentos, que são rapidamente notificados em caso de eventos não planejados.
Segundo Fernando, especialista em Turbinas a gás pelo ITA, a importância do sistema vem da lacuna que normalmente existe entre o ERP (Entreprise Resource Planning) e os softwares específicos da linha de produção. O MES pode importar dados do ERP e integrá-los com o dia a dia da produção, gerenciando e sincronizando as tarefas produtivas com o fluxo de materiais. “Considerando que na cadeia de suprimento, o maior valor agregado, costuma estar na produção, faz todo sentido investir em sistemas que otimizem o fluxo, o controle e a qualidade do material”, explana Mendes, que possui cursos de Engenharia de Sistemas.
“Eu já venho trabalhando com implementações de soluções MES para a Indústria Aeronáutica há pelo menos 8 anos, sou gerente de projetos de uma empresa líder mundial na criação de softwares de desenho em 3D, prototipagem em 3D e soluções para product lifecycle management (PLM). Gerenciei projetos de implementações de MES para a Indústria Aeronáutica em diferentes regiões do globo: na América Latina, EUA e Europa. Para essas implementações do MES, gerenciei times multiculturais, sempre coletando os requisitos dos clientes, e entendo os processos realizados para propor melhorias utilizando a solução MES. Contudo, posso relatar que esse sistema é seguro e permite que as empresas, que adotá-lo, possam saber a exata quantidade de material e produto que serão utilizados no procedimento, além do fornecimento de informações que levarão a uma melhor eficiência em toda operação”, finaliza o engenheiro mecânico aeronáutico Fernando Arandiga Mendes.