Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 62,9% dos profissionais ouvidos no setor de eventos relataram queda de receita de 76 a 100%. Esses dados são um reflexo do fluxo migratório de congressos e eventos de larga escala, os quais eram rotineiros no mundo corporativo, para plataformas online. Com temas diferentes e profissionais capacitados, essas ferramentas são uma forma de ampliar o conhecimento e de promover o networking entre empresas. Com a pandemia do novo coronavírus foi necessário se adaptar a uma nova realidade em que juntar 300 pessoas em um salão de eventos, não é mais possível.
Além disso, alguns não estão pensando em voltar a realidade pré-pandemia. Um estudo conduzido pela Crushman&Wakefield apontou que 40,2% das empresas pretendem adotar o home office como modalidade definitiva. Consequentemente, a maneira de fazer os tradicionais eventos corporativos e reuniões também sofreria mudanças permanentes.
Grandes players do mundo dos negócios estão aderindo à tecnologia a fim de não perder práticas que eram feitas pessoalmente. Um exemplo é a Magazine Luiza, que faz treinamentos presenciais e não abriu mão dessa atividade, usando um grande painel de forma que a mediadora, Luiza Helena Trajano, pudesse ver e falar com todos.
O COO (Chief Operating Officer na sigla em inglês) da GVM Solutions Brasil, Felipe Medeiros, comenta sobre a transição de formato e a visão míope do futuro de alguns empresários. “O desafio principal da alteração do formato do evento é a resistência à mudança e todos os questionamentos que a acompanham. Há o medo de não dar certo, de não ser tão bom quanto o evento presencial, de não conseguir um bom número de engajamento. Sem contar que o uso da plataforma digital nos faz perder a interação em um nível mais pessoal.”
Medeiros também comenta sobre sua experiência própria com os workshops presenciais feitos pela GVM Solutions Brasil, que, com o cenário pandêmico, foi feito virtualmente pela primeira vez. “Normalmente nosso workshop dura dois dias, mas tivemos que adaptar este quesito também e fizemos tudo em um dia só. Ainda assim foi possível fazer as apresentações e fazer surtir efeito em quem estava do outro lado da tela, nos mostrando que é possível motivar e passar a mensagem, mesmo sem ter a presença física. Sem contar a redução dos custos, a experiência em si foi bem positiva com uma boa receptividade, além de um alcance bem maior do que teríamos se fosse um evento presencial. A mudança foi – e é – algo que traz insegurança, mas em tempos de necessidade de adaptação, podemos nos surpreender com os resultados.”