A partir do dia 04 de setembro, a Cia. de teatro de Uberlândia-MG, Grupontapé, movimentará a internet com o Projeto Canta um Conto. Sempre no canal do YouTube da trupe, a programação contará com apresentações às 10 horas e 16 horas, nos dias 04, 05, 06 e 07 do mês.
Canta um Conto é um projeto de pesquisa cênica do Grupontapé, que une a narrativa e ação dramática com o intuito de contar histórias para o público de todas as idades. Tem como foco uma conexão com as raízes brasileiras, inspirando-se em mitos e histórias dos povos nativos do nosso país.
Para esta edição, os artistas do Grupontapé iniciaram em fevereiro as pesquisas com contos indígenas de diversas regiões do país. Com interesse de aprofundar de forma mais presencial a pesquisa, a proposta afunilou-se com a intenção de conhecer os povos originários de Minas Gerais e mais especificamente da região de Uberlândia.
“Entretanto, devido à pandemia e isolamento social a pesquisa teve que prosseguir por meio web, chegando até o livro: Mitos Dos índios Kayapó. De Horace Banner, publicado em 1957, acessado pela Revista De Antropologia da USP por meio online, que serviu como provocador para a escolha de 04 contos”, informa a coordenadora administrativo-financeira e cofundadora do Grupontapé, Katia Bizinotto.
O projeto
Canta um Conto é uma das ações previstas no projeto “Grupontapé – Manutenção e Atividades Complementares” aprovado na Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, que além da manutenção da equipe e atividades internas, previa apresentações teatrais e atividades formativas em cinco cidades de Minas Gerais (Uberaba, Araxá, Divinópolis, São João Del Rey e Barbacena), além de Uberlândia, que receberia uma intensa programação na Escola Livre. Todavia, com a pandemia, teve que ser reformulado para atividades no ambiente virtual, e esta é uma delas.
Estrutura cênica
Se na primeira história contada por Canta um Conto, duas atrizes e um ator em cena contavam o mito do Uirapuru, que figura em diversas etnias indígenas brasileiras que vão desde o Sul até o Norte do país, nesta edição, devido à necessidade de isolamento social, a proposta foi que cada ator escolhesse um dos contos do livro base, e a partir dessa escolha pessoal, criasse uma ação cênica para contar as histórias e compartilhar com o público.
“Foi mais um desafio que encaramos, pois o projeto é muito importante, uma vez que a pesquisa utilizada para a construção dos contos fortalece a discussão necessária sobre a importância da cultura indígena para a nossa formação e principalmente sobre a preservação da vida indígena na atual situação social brasileira. Contar os mitos dos povos originários é para nós uma forma de honrar nossas raízes e valorizar as diferentes culturas que nos formam”, destaca a diretora do núcleo artístico e cofundadora do Grupontapé, Katia Lou. “Em relação aos mitos, nós nos colocamos como o ‘olhar do forasteiro’, aquele que vem e vê de fora e ao mesmo tempo se reconhece nas diferenças que encontra. Mesmo que nossa ideia inicial era a escuta, contato e aprendizado direto com os indígenas, e que essa tenha sido nossa aspiração, para o momento não foi possível a execução dessa parte da pesquisa”, complementa a diretora.
Ainda outro fato que se soma ao projeto é o do isolamento social, que levou o Grupo a criar a ação, intermediada pela linguagem web, que esteve presente desde a pesquisa de texto e imagens, como também sendo canal para os encontros de preparação dos atores e criação teatral, e ainda o veículo para a chegada deste trabalho ao público.
Para o processo o grupo acessou uma pesquisa de memorização de texto, já estudada pelo grupo quando da montagem do espetáculo “Por de Dentro” em 2014. Fez também parte desse contexto, várias ações de manutenção do trabalho do ator, com exercícios vocais e corporais.
Soma-se a isso, um processo de criação coletivo, uma vez que cada ator escolheu o próprio texto e além disso, devido ao isolamento social, propôs a sua abordagem, cenário e ação cênica para esta edição do projeto.
Estarão em cena os atores-criadores Bia Pantaleão, Breno Maia, Imanol Tolaretxpi e Welerson Filho. O processo foi acompanhado pelo chamado “olhar de fora” pela também atriz do grupo Katia Lou que fez a direção dos contos. Os adereços de cena são assinados pelo multiartista Flávio Arciole.
“Este projeto trouxe ao grupo, além de um desejo de aprofundar essa pesquisa dos povos originários brasileiros também um desafio em trazer essa proposta para o mundo online”, finaliza Katia Bizinotto.
Serviço:
Atores-criadores:
Bia Pantaleão: A mãe das cobras
Breno Maia: O pai dos pássaros
Imanol Tolaretxpi: O homem da chuva
Welerson Filho: O antropófago e o choro
Direção: Katia Lou
Adereços: Flávio Arciole
Texto: Horace Banner
Iluminação: Welerson Filho
Programação
04/09
10h – O pai dos pássaros
16h – O homem da chuva
05/09
10h – A mãe das cobras
16h – O antropófago e o choro
06/09
10h – O homem da chuva
16h – O pai dos pássaros
07/09
10h – O antropófago e o choro
16h – A mãe das cobras
Mais informações:
Érica Magalhães
Assessora de Imprensa
(34) 99199-9944
Website: https://www.youtube.com/watch?v=Kj4Ari-tFkk