Uso de controle biológico cresce e IB auxilia empresas a produzir organismos usados no combate de pragas e doenças
Imagine utilizar um inseto ou micro-organismo para combater pragas agrícolas no lugar de agrotóxicos?
Isso é possível graças ao controle biológico, uma tecnologia que cresce de 15% a 20% ao ano, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Controle Biológico (ABCBio).
O setor movimentou US$ 17 bilhões em 2016.
O Instituto Biológico (IB-APTA) é referência brasileira no assunto e há 18 anos auxilia as chamadas biofábricas na produção desses inimigos naturais das pragas e doenças que serão usados no campo.
O Curso do Instituto visa transferir conhecimentos na área, que movimenta mercado de US$ 17 bilhões no Brasil
Das 60 biofábricas existentes no País, 56 delas já receberam assessoria técnica do IB.
Juntas, essas 56 empresas geram 500 empregos diretos e três mil indiretos, aproximadamente.
Para transferir mais conhecimento sobre o assunto, o Instituto realizará o 25º Curso de Controle Microbiano de Insetos (COMINT) – Fungos Entomopatogênicos, de 25 a 27 de setembro, em Campinas, interior paulista.
Sobre os inscritos
Ao todo, 46 profissionais ligados a empresas privadas, estudantes, servidores da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), profissionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se inscreveram para participar do curso.
Os inscritos são oriundos de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Distrito Federal.
Transferência de conhecimentos
“O objetivo é transferir conhecimentos e tecnologias para viabilizar a expansão do controle biológico de pragas e doenças.
O curso nasceu de uma demanda do setor por Metarhizium anisopliae, utilizado no controle biológico da cigarrinha-da-raiz, uma das principais pragas da cultura da cana-de-açúcar.
Naquela época, o setor sucroenegético precisava do Metarhizium, mas não tinha quem produzisse.
O IB isolou o fungo, realizou treinamento e a partir daí diversas biofábricas começaram a surgir”, explica Almeida.
O programa Probio
Por meio do Programa de Inovação e Transferência de Tecnologia em Controle Biológico (Probio), o IB presta assessoria para o sistema de implantação da empresa e no desenvolvimento do projeto da biofábrica, além da disponibilização de cepas para a produção dos fungos, treinamento dos funcionários e acompanhamento dos trabalhos.
As empresas produzem os fungos Metarhizium anisoliae e Beuveria bassiana, além de Trichoderma, utilizados na cultura da cana-de-açúcar, soja, banana, melão, feijão e hortaliças.
No biênio 2016/2017, o IB assinou 14 contratos para assessorar a implantação e manutenção de biofábricas.
Controle biológico na cada de açúcar e outros cultivares
O Metarhizium anisopliae, IBCB 425, foi isolado pelo IB para o controle biológico da cigarrinha na cana-de-açúcar.
Cerca de cinco mil toneladas de arroz são usadas como meio para produção do fungo.
“Com essas cinco mil toneladas é possível fazer o controle biológico da cigarrinha em um milhão de hectares de cana-de-açúcar. O volume de negócio é de R$ 50 milhões por ano.”
Afirma o pesquisador.
O sucesso também ocorre na produção do fungo Beauveria bassiana, IBCB 66, para o controle da praga mosca-branca na cultura da soja.
O B. bassiana foi isolado pelo IB, que auxiliou os interessados na instalação das biofábricas.
“Cerca que quatro mil toneladas de arroz são produzidas por ano para o controle dessa praga na soja, permitindo a realização do controle biológico em 100 mil hectares da leguminosa.
O volume de negócio é de R$ 5 milhões”, explica Almeida.
Natureza controlando natureza
O controle biológico consiste no uso de inimigos naturais para diminuir a população de uma praga. “Componente fundamental da natureza, o controle biológico abre espaço para uma agricultura mais sustentável.
Resumidamente, o controle biológico pode ser definido como natureza controlando natureza”, explica Antonio Batista Filho, diretor-geral do IB.
Os agentes de controle biológico agem em um alvo específico, não deixam resíduos nos alimentos, são seguros para o trabalhador rural, protegem a biodiversidade e preservam os polinizadores.
“O avanço tecnológico na produção de alimentos em função da utilização de insumos modernos é indiscutível. Contudo, o emprego inadequado tem levado a situações de risco.
Existe a consciência de que é necessário encontrar um ponto de equilíbrio que compatibilize a demanda crescente de produção de alimento e preservação do futuro.
O controle biológico é uma ferramenta importante para isso”, diz Batista Filho.
25º COMINT
A programação do 25º COMINT prevê a realização de aulas teóricas sobre fungos entomopatogênicos, fermentação líquida dos fungos Metarhizium anisopliae e Beauveria bassiana, legislação e registro de produtos biológicos e instalações e equipamentos para biofábricas.
Nas aulas práticas serão transferidos conhecimentos em produção em meio líquido e formulação de fungos entomopatogênicos, preparação e padronização de bioinseticidas e sua viabilidade e formulação.
Além de Almeida, Luís Garrigós Leite, pesquisador do IB, e Silvia Leite de Campos e Adriana Pontes, da GERTHE Consulting, ministrarão as aulas. A programação completa pode ser acessada aqui.
SERVIÇO
25º Curso de Controle Microbiano de Insetos (COMINT) – Fungos entomopatogênicos
Data: de 25 a 27 de setembro de 2018
Horário: das 8h às 17h
Local: Instituto Biológico – Campinas
Endereço: Rua dos Vidoeiros, s/n, Gramado, Campinas-SP
Informações: [email protected]
Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA