Por Pedro Henrique Pioner *
A cada novo projeto de desenvolvimento de software, as empresas e os profissionais envolvidos devem ter em mente que, durante sua execução, é necessário seguir um conjunto de atividades bem estruturadas para que se tenha um produto de boa qualidade e que atenda às necessidades dos usuários. Porém, esses processos nem sempre são seguidos à risca.
Mesmo que não exista uma receita pronta para se desenvolver um software, os requisitos básicos devem ser cumpridos para se compor o esboço de qualquer tipo de projeto, independentemente do seu objetivo ou nível de complexidade.
A criação do software
Para executar um bom projeto, a equipe responsável precisa levantar e validar com o cliente os requisitos necessários antes de dar início à sua produção. Essa etapa é essencial para se definir o escopo e é realizada por meio de uma série de reuniões, pelas quais a equipe alinha as informações e as traduz para uma linguagem técnica.
A elaboração de uma especificação técnica e funcional, com o descritivo das características do software, permite avaliar se as informações estão de acordo com o que foi passado na fase de levantamento de requisitos. Somente após esse processo, tem início o desenvolvimento, onde são implementados os códigos e os testes necessários, dentro do ambiente de Quality Assurance.
Feito isso, as funcionalidades do projeto são novamente validadas com o cliente e, caso não haja necessidade de mudanças, o software é migrado e instalado em um ambiente final – o Ambiente de Produção -, considerando as mesmas configurações de softwares usadas no Quality Assurance.
Realidade do mercado
O desenvolvimento de software por meio de processos é uma metodologia que ainda é pouco utilizada na prática pelas empresas. Em parte, isto ocorre já na fase de negociação com o cliente. Por um lado, o cliente tenta realizar o menor investimento, enquanto a empresa precisa aplicar uma série de processos para realizar a entrega com máxima qualidade, o que acaba gerando um custo maior do projeto.
Outra questão é a necessidade de rápida entrega prometida pela equipe comercial. Diante disso, muitas vezes, a qualidade é deixada em segundo plano, fazendo com que vários processos da fase de desenvolvimento sejam deixados de lado, baixando o valor final e comprometendo a qualidade da solução.
Em geral, alguns clientes têm noção do que isso pode representar, mas não levam em consideração e preferem arriscar, mesmo tendo que gastar um pouco mais no futuro, caso haja a necessidade de modificação ou manutenção no produto final.
No longo prazo, poderá haver uma mudança no mercado, uma vez que os sistemas tendem a se tornar mais robustos e mais complexos, obrigando a indústria a seguir determinados modelos de qualidade.
Com isso, os projetos que não atenderem aos padrões e procedimentos necessários, poderão comprometer vários objetivos futuros de negócio.
* Pedro Henrique Pioner é consultor SharePoint e Project Server da Oplen