Nunca se alcançou desempenho tão baixo na geração de empregos desde que os dados começaram a ser estratificados |
De janeiro a junho de 2014, o comércio varejista de tintas, vidros e materiais de construção da Região Metropolitana de São Paulo criou 178 novos postos de trabalho. Este é o pior resultado do setor para o período desde que se tornou possível estratificar os dados dos CNAEs (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), no CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O desempenho foi 83,7% menor em relação ao mesmo período do ano passado, quando o setor contou com saldo de 1.095 novos vínculos empregatícios. O varejo de ferragens, madeira e materiais de construção concentrou 95% da geração de emprego formal em 2014.
Saldo de empregos formais no comércio varejista da RMSP
Fonte: CAGED Neste primeiro semestre, onze dos 35 municípios analisados registraram saldo negativo na geração de emprego com carteira assinada. Os piores desempenhos foram da capital, com recuo de 207 vagas, e Carapicuíba, com a redução de 79 postos de trabalho. Por outro lado, São Bernardo do Campo é o município que obteve maior crescimento. O saldo nestes primeiros seis meses do ano ficou positivo em 159 vagas. O segundo melhor desempenho é de Salesópolis, com 51 novos empregos
Para os analistas do Departamento Econômico do SINCOMAVI, é visível a desaceleração da geração de emprego com carteira assinada do varejo de materiais de construção na RMSP. O ponto fora da curva é o desempenho de 2009, extremamente influenciado pelo “rescaldo” da crise financeira mundial, eclodida em 2008. A partir de 2010 foi uma sucessão de saldos positivos cada vez menores. O desempenho do setor na RMSP em 2014 reflete basicamente o que ocorre com o mercado de trabalho brasileiro. Em 2013, segundo o CAGED, registrou-se o pior saldo de empregos desde 2003. O desempenho apenas do mês de junho do atual ano foi o pior para o mês desde 1998. A economia ruma para crescimento próximo aos 0,6% em 2014. O consumo, base do crescimento nos últimos anos, está enfraquecido. A inflação pressiona o orçamento familiar e reduz o poder de compra das famílias. A confiança dos empresários está abalada. Com isso, tanto o consumo quanto o investimento continuarão arrefecidos. Um choque de gestão, atrelado a maior eficiência dos gastos públicos e a melhora no ambiente de negócios, se mostra fundamental para a inversão do cenário econômico brasileiro. Sobre o SINCOMAVI – O Sindicato do Comércio Varejista de Material de Construção, Maquinismos, Ferragens, Tintas, Louças e Vidros da Grande São Paulo foi fundado em 18 de outubro de 1934 e representa mais de 35 mil lojistas em 29 cidades da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Juntas essas empresas possuem faturamento anual superior a R$ 15 bilhões (2013) e respondem por mais de 90 mil postos de trabalho (2011). |
Empregos: pior resultado já registrado em todos os tempos
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