Lucro da Petrobras sobe 11% em 2013 e alcança R$ 23,57 bilhões:
A Petrobras anunciou ontem um aumento de 11% no seu lucro em 2013, alcançando a marca de R$ 23,57 bilhões. Este resultado foi tanto decorrente de aumentos da receita (que totalizaram um crescimento de 8%), particularmente dado o aumento nos preços dos combustíveis, quanto da redução de gastos, que trouxe uma economia de aproximadamente R$ 6 bilhões para a empresa pública. Além disso, o resultado antes do pagamento de juros, impostos, amortizações e depreciação (EBTIDA, na sigla em inglês) apresentou expressivo crescimento de 18%, totalizando R$ 62,97 bilhões. Em uma nota menos positiva, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresentou nova redução no mês de fevereiro, registrando 98,5 pontos. Este valor representa uma queda de 1% na confiança dos empresários em relação ao índice de janeiro.
Comentário: A recuperação do lucro da Petrobras é uma excelente notícia, pelo fato de dotar a empresa das condições necessárias para financiar e levar adiante seu enorme projeto de investimentos, que será uma das chaves para o desenvolvimento industrial e produtivo do Brasil nos próximos anos. O resultado surpreendeu positivamente os analistas de mercado, que esperavam um lucro 36% menor que o divulgado. Além do aumento do lucro, a Petrobras anunciou um recorde na produção de petróleo na camada do pré-sal (com mais de 400 mil barris/dia) e um crescimento de 2% na produção petrolífera no último trimestre de 2013. Ainda será necessário, no entanto, realinhar os preços dos combustíveis com os praticados internacionalmente para garantir à Petrobras capacidade de investimento ampliada, o que ajudará muito o país a realizar o tão desejado crescimento com base no investimento. Quanto à confiança do empresariado, ela está sendo afetada pelo tom catastrofista adotado por parte da imprensa, que busca colocar o Brasil como um país em crise com claros interesses eleitorais. Há, no entanto, sinais de recuperação em diversos setores e alguns bons motivos para esperar que esse quadro se reverta no médio prazo: a queda na inflação registrada neste início de ano, juntamente à desvalorização cambial recente, podem melhorar as perspectivas para empresários e consumidores. Além do mais, com o governo adotando políticas fiscais e monetárias mais austeras, o tom da cobertura econômica já começa a sair do campo do total pessimismo, dando espaço a algumas vozes mais sensatas na análise econômica.