Pesquisa recente solicitada pela TOTVS e realizada pela H2R Insights & Trends, para avaliar o nível de produtividade tecnológica no Brasil, levou em conta alguns parâmetros e gerou o ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE TECNOLÓGICA (IPT).
Segundo o relatório, esta pesquisa tem como objetivo avaliar o nível de produtividade tecnológica de diversos setores no Brasil, relacionado ao uso de ERP e de outros sistemas de gestão. Esta avaliação gera dois indicadores importantes: 1 – O nível de internalização do uso dos sistemas de gestão na empresa, ou seja, o quanto a companhia está explorando o potencial máximo do ERP; 2 – O ganho de produtividade tanto na operação quanto no negócio como um todo a partir do uso do sistema de gestão e outras tecnologias complementares.
O IPT indicou que as manufaturas instaladas no país atingiram 0,71 pontos, de uma escala de 0 a 1 em relação à produtividade tecnológica, o que comprova que as empresas estão adotando novas tecnologias que melhoram seus processos e aumentam sua eficiência.
Neste contexto, desenvolver Projeto para logística (DFL – Design For Logistica), Projeto para montagem (DFA – Design for Assembly) e Projeto para manufatura (DFM – Design For Manufacturing) é uma necessidade, num ambiente de manufatura cada vez mais competitivo e volátil, onde a tecnologia aplicada, aumenta ainda mais a competitividade das empresas. “Contudo, tão válido e benéfico quanto essas técnicas, existe um volume cada vez maior de incertezas sobre a eficácia da sua aplicação na prática, afirma Reinaldo Moura, Fundador e Conselheiro da IMAM Consultoria”.
Reinaldo A. Moura, engenheiro e estudioso das boas práticas da manufatura, discorre sobre as aplicações destas técnicas nos dias de hoje, “frequentemente, DFL, DFA e DFM são aplicadas de alguma forma no ciclo de vida de desenvolvimento do produto. Muitas vezes, o projeto do conceito é elaborado por engenheiros sem o envolvimento de peritos da manufatura ou logística. Quando são posteriormente envolvidos, grande parte do projeto já está definido, e existe apenas uma limitada influência que podem ter sobre o projeto”.
Em suas observações, Reinaldo entende que diferentes departamentos assumem responsabilidade por certos aspectos do projeto e basicamente protegerão seu ponto de vista em relação aos outros. “Esses times, com frequência, são chamados de equipes de engenharia simultânea; equipes compostas por representantes de todas as áreas relevantes do negócio. Embora a metodologia da engenharia simultânea seja sólida, a realidade é que na prática não funciona muito bem. Assim, a equipe de logística defende os assuntos de DFL a serem levados em consideração, a equipe de manufatura considera as questões de DFA e DFM, e assim por diante. Isso necessariamente não significa que o melhor resultado geral será encontrado”.
Para ele, a solução está em aplicar o DFL, DFA, DFM e outras técnicas associadas como “última configuração” de maneira integrada e programada, com todos os membros da equipe focalizados e comprometidos com a estratégia geral do negócio; deveríamos chamá-la de Projeto para o Negócio (DFB – Design For Business).
“Na manufatura, isso envolve o projeto de produtos, para que sejam fáceis de manufaturar; um bom exemplo são componentes fundidos, onde o projeto do molde é uma questão importante e o projeto do produto que facilita fundir as peças é um grande benefício de custo. Já na montagem, existem dois elementos principais para o DFA; primeiro, do ponto de vista geral, eliminar o máximo possível a mão-de-obra de montagem a fim de tornar o produto mais barato para montar; isso pode significar trabalhar com grampos em vez de parafusos, peças que se encaixam no lugar em vez de serem parafusadas, e assim por diante. Com as ferramentas a complexidade é ainda maior, pois pode ser necessário comprar ferramental adicional para fabricar as diferentes variações de itens. Dependendo do produto, isto pode ser extremamente caro. A Logística é um dos assuntos mais importantes neste contexto. O objetivo é oferecer ao cliente o mais alto nível de opções percebidas, todavia, reduzindo os custos de manufatura e movimentação e estocagem de materiais normalmente associados a alta variedade. Um bom exemplo é ter um motor de veículo genérico com equipamentos elétricos que possuem conectores comuns, assim, o mesmo item pode ser usado para vários motores de especificações similares. Certamente a redução de custo desses conectores deve estar baseada nos ganhos com a redução da complexidade. Por fim, com a Supply Chain existem muitos benefícios do fornecimento local: custos reduzidos de transporte; menor investimento de capital em contentores reutilizáveis; maior capacidade de reagir rapidamente às mudanças dos programas. Com certeza, isso deve ser balanceado com as questões comerciais e a competência tecnológica, para obter a melhor solução geral para o negócio”, diz Moura.
Reinaldo Moura, entende que a solução para o DFB pode ser definida como uma filosofia de projeto que se concentra no desenvolvimento de produtos de maneira a levar em consideração as necessidades gerais do negócio. “Um projeto tecnicamente correto, atende à especificação a um custo razoável e protege as necessidades das funções relacionadas, tais como manufatura, montagem, logística, marketing e vendas. Isso responsabiliza a engenharia de produto a levar em conta esses assuntos como parte do negócio normal, sem a necessidade de outros departamentos mencionados, terem que pressionar para que isso seja feito; e que o segredo está em estabelecer e desdobrar a visão, missão e valores corretos gerados pela diretoria da empresa. A discussão aqui se concentra em assuntos de projeto dentro da manufatura. Mas existe situação similar dentro de outros setores”.
“O Projeto para o Negócio (DFB) é derivado de seus parentes próximos DFL e DFA. Contudo, é imprescindível às organizações aprenderem a trabalhar concentradas na eficácia e eficiência geral do negócio, para terem o benefício completo do DFB. No mercado atual, cada vez mais competitivo, as organizações que aprenderem primeiro a explorar as oportunidades do DFB são as que prosperarão. Ser bom não necessariamente significa ser grande, cada oportunidade de redução de custos e aumento da satisfação do cliente é crítica”, conclui Reinaldo Moura.
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