O mais novo relatório da consultoria Juniper Research mostra que as operadoras de telecomunicações devem gerar receita de US$ 625 bilhões e 80% desse montante virá da disponibilização de serviços 5G. Somente em 2023, a receita das operadoras deve chegar a US$ 310 bilhões em todo mundo.
Segundo a consultoria, os 80% da receita global com serviços 5G possibilitará às operadoras o retorno sobre o investimento feito em suas redes. No entanto, a Juniper destaca que a crescente implementação de eSIMs (chips fabricados e colocados diretamente em um hardware, como os usados em aparelhos celulares) em novos dispositivos fará com que o tráfego global de dados celulares cresça mais de 180% entre 2023 e 2027.
Para que o 5G possa ser expandido para cada vez mais cidades e as receitas previstas para os próximos anos se concretizem, as operadoras precisam da estrutura de fibra ótica, que garantem a alimentação das torres de antenas de acesso a essa tecnologia. O uso de fibra ótica também é o que vem possibilitando o acesso à internet em lugares remotos. Um exemplo é uso de fibra ótica para ações de comunicação e de defesa do Exército Brasileiro em regiões da Amazônia, onde atualmente existem 1.800 quilômetros de cabos instalados abaixo do nível de rios da região.
Com 21 anos de experiência na área de manutenção em Telecomunicações, o eletrotécnico Agenor Antonio Gomes afirma que a fibra ótica ainda é, hoje, o meio com o melhor custo-benefício para transmissão de dados. Segundo ele, o alcance de velocidade que hoje se exige das conexões via internet não seria possível sem o uso de fibra ótica.
“Quando falamos hoje em 5G e 6G, a transmissão via antenas só e possível porque existem muitas rotas capilarizadas de fibras ópticas para alimentar as torres de 5G, ou seja, a tecnologia de fibra ótica acaba complementando as novas, sem contar com as transmissões intercontinentais, que possibilitam maior conexão e aumento de sua utilização em todo mundo”, destaca.
Agenor Gomes destaca também que, para além da melhoria da conexão de internet nos meios corporativos, governamentais e até de defesa, a fibra ótica possibilita a instalação de uma internet com mais qualidade e segurança no âmbito residencial. Ele explica que se antes, no início deste século, para ter acesso à internet uma residência precisava de cabeamentos de pares metálicos, enquanto as fibras óticas só eram usadas nas centrais telefônicas, hoje o acesso individual ou familiar está mais fácil.
“Em termos de velocidades de transmissão podemos ter um comparativo entre uma rede metálica, que conseguia taxas de transmissão de dados de no máximo 120 megas já com tecnologia ADSL; e o uso de fibra óptica, em que a empresa fornecedora consegue entregar até seis gigabytes de velocidade na casa do cliente a um custo muito baixo. Isto em comparação aos preços cobrados em telefonia e internet no final do século passado, quando surgiu a banda larga”, destaca o profissional.
Mais 78 municípios brasileiros poderão ativar internet 5G
A ativação do 5G em todo país segue um calendário que vai até dezembro de 2029, iniciado ainda em 2022, em capitais e no Distrito Federal. Quase no final de janeiro passado, o Ministério das Comunicações anunciou que mais 78 municípios de 10 estados poderão ativar o sinal do 5G.
A ativação será possível porque o Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência autorizou a ativação nos municípios localizados na faixa de 3.625 a 3.700 MHz. São localidades próximas a cidades com mais de 100 mil habitantes.
Os estados que terão municípios com 5G disponibilizado, são: São Paulo (45 municípios), Minas Gerais (10), Santa Catarina (5), Pará (4), Espírito Santo (4), Rio Grande do Sul (3), Paraná (2), Pernambuco (2), Rio de Janeiro (2) e Bahia (1). Ainda de acordo com o Ministério, “a liberação da faixa não implica na instalação imediata das redes do 5G nas localidades, pois, de acordo com o edital, os compromissos estão programados para vencer a partir de 2025. A instalação antecipada de estações do 5G nessas cidades depende do planejamento e interesse de cada prestadora”.