A economia ainda segue a passos lentos rumo à recuperação após dois anos de baixa atividade ocasionada pela pandemia da Covid-19. A pesquisa “Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo”, realizada mensalmente pelo Datafolha a pedido do sindicato desse setor (SIMPI), mostrou que em janeiro de 2022 pelo menos 65% das empresas relataram alta significativa de custos no mês anterior ao levantamento.
Esse aumento impacta nos resultados de todas as empresas. O levantamento mostrou que a avaliação positiva do faturamento oscilou de 47% para 44% e a margem de lucro caiu de 44% para 38%. Diante do cenário ainda incerto, uma das opções para reduzir custos financeiros sem comprometer a produção e atendimento aos clientes é investir em ferramentas de gerenciamento de estoque que apoiarão em uma redução e geração de caixa, como atesta o especialista em cadeia de suprimentos, Rodrigo Miró.
Ele explica que para conseguir um gerenciamento eficiente, as empresas não precisam investir em ferramentas ou softwares de alto custo, e que criam dependência em manutenção e atualizações. “Estas soluções custarão a sua empresa uma enorme fatia daquilo que você poderia economizar fazendo o simples, dentro de casa, de maneira bem-feita”, afirma. Ele atesta que uma primeira opção a ser considerada é uma ferramenta chamada Plan For Every Part (PFEP, plano para cada parte, em tradução livre), e garante resultados satisfatórios para gerenciamento de estoques.
“O PFEP é uma grande planilha eletrônica. Todo mundo pode desenvolver a sua própria versão. É uma ferramenta que tabula absolutamente tudo o que a empresa precisa. São centenas de colunas, agora parâmetros, multiplicadas pelas linhas de quantos itens a empresa quer gerenciar. Um plano completo para cada número de parte, em cada linha, que varia de acordo com a demanda, isto é o PFEP. Na primeira coluna todos os números de parte de seu estoque são listados. Isto inclui todos os níveis: matéria-prima, material em processo e produto terminado. Nas outras colunas, todas as informações que pertencem à parametrização devem ser contempladas, por exemplo: demanda, estoque de segurança, lotes mínimos de compra e produção, lead times de transporte e produção, embalagens, dentre outras dezenas de parâmetros”, explica Miró.
O profissional complementa afirmando que a ferramenta também pode indicar fretes e espaços para armazenamento ideais para a empresa. Além disso, é possível usar outros indicadores como atendimento ao PFEP por moeda ou por item. “Ambos medem a excelência na gestão de estoques, mas têm propósitos de indicar duas diferentes coisas: o primeiro tem por objetivo revelar quão financeiramente bem a empresa está em sua gestão de inventários e o segundo revela quão estável está a área de suprimentos, adotando uma análise da quantidade de itens entre os níveis mínimos e máximos que o plano para cada parte contempla”, esclarece.
Rodrigo Miró atesta ainda que uma administração correta da ferramenta resulta em excelência no gerenciamento de estoques, não só para pequenas empresas, mas também para as de grande porte. “Liderei operações de bilhões de dólares utilizando o PFEP com excelência e disciplina e isto trouxe resultados extraordinários e, honestamente, surpreendentes”, conclui.
Falta e alto custo de insumos afeta indústrias de todos os portes
Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada em janeiro também confirmou o baixo desempenho do setor no início de 2022. A Sondagem Industrial, como é denominada a pesquisa, mostrou que a falta ou o alto custo de matérias-primas continua sendo o principal problema listado pelas empresas industriais. O tema foi apontado por 60,6% dos entrevistados e ocupa o ranking pelo sexto trimestre consecutivo.
A CNI entrevistou 1837 empresas, sendo 769 pequeno porte, 634 médio porte e 434 de grande porte entre 3 e 14 de janeiro de 2022. Segundo a entidade, a pesquisa também atestou a queda da produção industrial entre novembro e dezembro de 2021. Essa queda na passagem de novembro para dezembro é usual para o período, mas em 2021 foi mais intensa do que em 2020.
Além disso, a Sondagem Industrial mostrou que o otimismo dos empresários no começo de 2022 é menor do que o registrado no início do ano passado, ainda que haja aumento de expectativa de tempos melhores neste ano, em comparação às pesquisas realizadas em meses anteriores.
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