Impulsionada pelo crescimento do setor de informática, que registrou alta de 17% no ano passado, a indústria eletroeletrônica encerrou 2021 com um faturamento de R$ 214,2 bilhões, o que representa um avanço real, descontada a inflação, da ordem de 7% na comparação com 2020, de acordo com a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica). Tal panorama foi considerado satisfatório pela entidade, que, no estudo divulgado em dezembro, projetou um crescimento de 2% para 2022, com faturamento de R$ 233,3 bilhões em 2022 – o mesmo índice de 2% também foi estimado para o aumento na produção e no nível de emprego, que deve passar de 266 mil para 272 mil trabalhadores.
“Apesar das dificuldades remanescentes da pandemia e das instabilidades do cenário econômico, conseguimos voltar aos níveis de 2019, com crescimento no faturamento e na produção do setor”, disse o presidente da Abinee, Humberto Barbato, na ocasião da divulgação do balanço anual da associação.
Entre as instabilidades do cenário econômico citadas por Barbato estão a alta do dólar, cotado a R$ 5,70 no início de janeiro, e desorganização das cadeias globais, com dificuldade para aquisição de componentes, especialmente semicondutores.
De acordo com uma estimativa realizada pela Intelbras, fabricante de produtos e soluções em nas áreas de segurança, comunicação, redes e energia, empresas das áreas de comunicação e segurança poderiam ter vendido cerca de 15% a mais caso não houvesse a escassez de chips no mercado que atualmente há – para executivos da empresa, a falta de componentes não deve piorar nos próximos trimestres, porém a regularização dos abastecimento deverá ocorrer somente no segundo trimestre de 2022.
Para 25% dos empresários da área de eletroeletrônicos ouvidos pela Abinee no estudo divulgado no final de 2021, tal regularização, no entanto, deve ocorrer apenas em meados de 2023 – já 28% do segmento sequer não arrisca uma previsão de melhora.
Na avaliação de Vagner Neubert, proprietário da empresa Melhor do Tech, plataforma de comparação de preços e de resenhas sobre produtos eletrônicos, “o aumento no faturamento da indústria de eletroeletrônicos em 2021 se deve mais pela alta de preços do que, de fato, na venda de produtos”.
A afirmação do empresário pode ser corroborada por uma pesquisa realizada por uma consultoria especializada em consumo, veiculada em reportagem do Jornal Nacional em outubro de 2021, que aferiu o efeito nos preços de janeiro a setembro de 2021 – de acordo com o levantamento, os videogames subiram 61%; notebooks, 30%; cafeteiras, 28%; liquidificador, 25%; e fogões e geladeiras, 17%.
Neubert avalia que o aumento dos preços foi influenciado pela alta do dólar e pelo desabastecimento, mas que a alta demanda por produtos eletrônicos, “motivados pelo home office”, também pode ter impactado neste cenário. “Houve, de fato, uma necessidade por parte de muitos consumidores, em se adaptar a esta nova realidade ocasionada pela pandemia de Covid-19”, diz. De acordo com a Abinee, houve, de fato, em 2021, um crescimento nas vendas de desktops (24%), tablets (28%) e notebooks (35%).
Apesar das incertezas do empresariado quanto ao grau de aquecimento da indústria de eletroeletrônicos para 2022 e das condições gerais da economia brasileira, os dados de 2021 podem indicar uma tendência para o ano que se inicia.
Ainda de acordo com o balanço da (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), no ano que passou, a produção industrial de bens eletroeletrônicos apresentou alta de 3% em 2021 em relação ao ano passado, ao passo que a utilização da capacidade instalada aumentou de 78% para 80% este ano, ultrapassando a média dos últimos nove anos. Além disso, as exportações do setor tiveram um incremento da ordem de 26% em 2021, passando de US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 25,4 bi) para US$ 5,6 bilhões (algo em torno de R$ 31,5 bi).
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