Metaverso: como as empresas podem explorar as oportunidades?
Parece precipitado dizer, mas chegamos à era digital que era descrita nos livros e filmes. Conhecida meramente como ficção científica, os acontecimentos fictícios futuristas que fizeram bastante sucesso nos anos 1960, 1970 e 1980; que estão finalmente em uso no século XXI, ainda que boa parte deles não seja exatamente igual ao que foi descrito 40 anos atrás. Dentro dessa enorme Matrix em que vivemos; e não é exagero algum dizer que o mundo virtual e o real, por vezes, se confundem e se completam; estamos prestes a atingir, graças à aceleração digital, proporcionada pela pandemia, o que conhecemos como metaverso:
Um espaço virtual compartilhado, que usa da internet, realidade aumentada, inteligência artificial; aliadas a realidade física virtualmente aprimorada para criar um ambiente completamente novo.
Entenda o que é metaverso e por que ele pode ser tão promissor no mundo dos negócios
Ao melhor estilo de Blade Runner 2049, o universo virtual e o físico hoje já se complementam. Há uma série de empresas, inclusive, que já fazem o uso dessas duas “realidades” misturadas, tudo para proporcionar uma experiência típica de ficção científica: imobiliárias que reproduzem, em ambiente real, um apartamento que ainda não existe, por meio da realidade virtual aumentada; reuniões com equipes vívidas, mesmo que não estejam no mesmo ambiente; e jogos virtuais que saltam das telas e incluem o jogador dentro de um ambiente visível apenas pelos óculos RV.
O metaverso consiste, portanto, nessa grande junção entre o universo real e o virtual, que se confundem e se complementam de tal forma que um já não existe sem o outro. Ainda há um longo percurso para que ele, de fato, se estabeleça em plena forma, mas suas bases já estão mais do que vívidas no cenário atual.
É muito do que vivemos, por mais incrível que pareça, no momento: uma economia que se movimenta sem ativos físicos – as criptomoedas estão de prova como a economia pode girar sem a necessidade do dinheiro em papel – e uma comunicação que depende intrinsecamente da internet para funcionar – afinal, algumas horas sem WhatsApp, Instagram e Facebook levam as empresas ao completo caos.
E, dentro desse universo compartilhado, há um importante atrativo às empresas: um novo mundo que ainda tem muito espaço para exploração.
Um pequeno vislumbre de um universo promissor
Se usarmos como base que o metaverso não é uma simples extensão da internet, mas, sim, um ambiente novo, sucessor, fica mais fácil entender como esse universo pode ser amplamente explorado pelas corporações. Afinal, boa parte da construção dele depende de blockchains e aplicativos descentralizados, mas superconectados e compositores de um único mundo, que coexiste basicamente sem limites de tempo e espaço.
Algumas empresas, no caso, já começaram a dar sinais de como o uso do metaverso pode criar, de fato, um novo relacionamento com o cliente. Se nos últimos 19 meses as marcas não mediram esforços para adaptar suas tecnologias para o atendimento ao cliente em ambiente digital, transportar essa realidade para uma fusão entre a realidade e a virtualidade pode ser um passo mais simples do que se pensa.
Os primeiros passos dessa realidade podem ser vistos, ainda que de forma bastante simplória, em jogos digitais. Espaços como o das Lojas Renner e Doritos no Fortnite e outras misturas em jogos dão uma ideia do que está por vir. Mas um exemplo mais vívido da aproximação do metaverso está, por exemplo; no recente patrocínio do Burger King (BK) em um time real britânico de pouquíssimo sucesso, o Stevenage FC.
Ao criar um uniforme real com o logo da marca, o modelo é transportado automaticamente para o time no Fifa 20, um famoso videogame de futebol inspirado na Copa do Mundo. Assim, dentro do jogo, o BK estabeleceu uma campanha publicitária digna de ficção científica: incentivou que jogadores de todo o mundo usassem o time no jogo e divulgassem seus melhores momentos. O resultado foi intenso: o Stevenage foi o time mais usado no modo carreira do Fifa 20, com mais de 25 mil gols publicados na internet.
No mundo real, um time que antes não tinha a atenção do público se tornou um dos favoritos do público, ainda que não tenha obtido destaque no campeonato inglês. Milhares de camisetas foram vendidas e grandes jogadores como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Mbappé e Neymar posaram nas redes com um exemplar do uniforme.
As megamarcas
Casos como o do Burger King, Lojas Renner, Doritos e outros que se envolveram no universo dos games, ou mesmo usado essa conveniência do virtual e do real; têm se aproximado do metaverso, a ponto de trazê-los para uma grande discussão.
Para se ter ideia, em junho deste ano, Mark Zuckerberg destacou a seus funcionários que o Facebook trabalharia para “dar vida ao metaverso”; e ele destacou um time de executivos especialistas em tecnologia, como profissionais formados em: engenharia de software EAD, em programação e sistemas integrados, para dar início a esse processo.
Uma realidade que ainda não tem dono – e pode ser que nunca tenha
Com um potencial trilionário em fase embrionária, grandes big techs já se posicionam para contribuir com sua parcela de lucro no metaverso.
Especialmente porque, da forma como se apresenta, ele funcionará preferencialmente com criptoativos. Nos últimos meses, empresas como:
Google, Microsoft, Samsung, Sony e Facebook uniram-se em um consórcio de empresas de tecnologia para modelar a realidade experimental aumentada e; consequentemente, torná-la ainda mais interligada com a realidade vista a olho nu.
Games no início
Embora o metaverso ainda não tenha dono, até porque deve se consolidar da mesma forma que a internet, porém mais poderoso; já se sabe que seus primórdios estão bastante ligados a tecnologias desenvolvidas para os videogames. A realidade virtual, a realidade física virtualmente aprimorada são algumas das ferramentas que; ao que tudo indica, serão mandatórias para a construção desse cenário; exatamente por promoverem uma interação bastante mista, que é fundamental para o pleno funcionamento das coisas.
O virtual para o físico
Afinal, é importante destacar que, embora o metaverso pareça um ambiente digital na íntegra; ele propõe justamente o contrário.
Precisa trazer a virtualidade para o espaço físico, para que a mescla seja, de fato, eficiente. Embora a tecnologia se mostre competente para trazer réplicas da realidade, o toque, o tato, ainda é essencial. E é a mistura entre a tecnologia e o mundo real que, sobretudo, construirá esse novo universo tão promissor nos próximos anos.