Os gastos mundiais com serviços de infraestrutura em computação em nuvem cresceram 35% no primeiro trimestre de 2021, registrando US$ 41,8 bilhões, o que ultrapassa os US$ 40 bilhões no trimestre do ano passado, de acordo com o levantamento da Canalys, empresa de análise de mercado. A pesquisa mostra que as despesas totais, de quase US$ 11 bilhões, são maiores do que no primeiro trimestre de 2020 e quase US$ 2 bilhões acima em relação ao quarto trimestre. No Brasil, a consultoria Gartner estima que os gastos das organizações com a computação em nuvem devam atingir a marca de US$ 3 bilhões até o final de 2021.
Segundo a análise da Canalys, os gastos globais com a cloud foram impulsionados pela tendência de uso de serviços em nuvem para práticas como análise de dados e machine learning, consolidação de data centers, migração de aplicativos, desenvolvimento nativo de nuvem e entrega de serviços.
Muitas empresas que migraram, e ainda estão migrando, para computação em nuvem foram por questões de agilidade, inovação e redução de custos, empregando soluções que possibilitam novos modelos de negócios com aplicações modernas para atingir o maior número de clientes de forma fácil e escalável, afirma Alexandre Alves Raphael, graduado em Análise de Sistemas e com MBA E-management.
“A computação em nuvem deixou de ser um modismo para virar uma necessidade que mantém os negócios competitivos através da criação de serviços digitais, os quais impulsionam processos de negócios inovadores em plataformas seguras, resilientes e escaláveis. Trabalho como Gestor de Infraestrutura e de Modernização Cloud, e vejo essa tecnologia como uma solução moderna com modelo de negócio aplicável a grandes, pequenas e médias empresas”, explica o analista de sistemas.
Embora a computação em nuvem não seja o fator principal das empresas, Alexandre relata que o investimento gera benefícios como a redução de custos a partir da diminuição da ociosidade dos recursos de infraestrutura e de serviços de TI. Ele lembra que no passado, as empresas executavam os aplicativos ou programas de softwares nos servidores instalados em seus próprios prédios (ambiente OnPrimise), com custos de instalação, manutenção, suporte, segurança entre outros processos e serviços para manter as aplicações em operação. E avisa que hoje, a computação em nuvem mudou isso, permitindo acessos aos mesmos tipos de aplicativos em um ambiente virtualizado do tipo IaaS (Infrastructure as a Service) com infraestrutura como serviço, PaaS (Plataforma as a Service) com plataforma como serviço, ou SaaS (Software as a Service) com software como serviço.
“Toda a infraestrutura para suportar essa dinâmica é de responsabilidade do provedor, seja ele de nuvem pública (como recursos computacionais compartilhados por diversos clientes), ou em nuvem privada (com infraestrutura utilizada somente por um cliente)”, alega Alexandre.
O estudo recente (Global Technology Adoption Index), realizado pela Statista, empresa alemã especializada em dados de mercado e consumidores, projeta que as organizações irão investir cada vez mais na tecnologia e os investimentos em computação em nuvem irão ultrapassar US$ 350 bilhões até 2022, no Brasil a expectativa de crescimento é de 35,5%. De acordo com a consultoria Gartner, é esperado que 85% de todas as empresas do mundo operem dentro da nuvem (até 2025).
Conforme o gestor de infraestrutura, a flexibilidade e a escalabilidade são outros benefícios da nuvem para as empresas inovadoras e com demandas crescentes, proporcionam lançamentos de novos produtos e serviços sem a necessidade de aguardar por meses a chegada e a instalação de servidores para subir as novas aplicações. “Com a computação em nuvem é possível criar toda estrutura de processamento e armazenamento de dados em minutos, ou dependendo a complexidades em horas, também é fácil aumentar ou diminuir a capacidade computacional do ambiente virtualizado conforme a necessidade. E se por um caso o lançamento do produto não vingar, basta desligar o que foi criado sem o ônus de continuar pagando por um servidor físico, pois no ambiente de nuvem se paga por uso e não por equipamentos”, finaliza Alexandre Alves Raphael.