Home Noticias Preenchedores estéticos e câncer de pele podem ser diagnosticados em exame

Preenchedores estéticos e câncer de pele podem ser diagnosticados em exame

por admin

O câncer da pele corresponde a 33% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 185 mil novos casos.

“Mesmo o câncer de pele sendo um dos tumores mais comuns, atualmente não há uso rotineiro do exame de imagem para avaliação de tumores e doenças na pele para diagnóstico ou avaliação antes de uma cirurgia. Esse exame chama-se ultrassonografia de alta frequência. Utiliza-se um dispositivo chamado de transdutor de alta resolução que consegue enxergar alterações que acontecem na pele e também pode ser usado para acompanhamento da evolução das doenças”, segundo Dra. Vivian Castilho, médica radiologista de São José dos Campos-SP.

Ela destaca que até alguns anos atrás não havia um recurso para avaliar um melanoma ou qualquer outro tipo de câncer de pele. O paciente ia direto para cirurgia sem saber o tamanho do tumor e se havia alguma invasão próxima ou à distância na própria pele. Agora, com o ultrassom de alta frequência, é possível saber de antemão quais camadas da pele o tumor atinge, se o tumor se espalhou para regiões próximas ou distantes e qual o tamanho real dele (aquela parte que não pode ser vista a olho nu). Tecnicamente isso é chamado de estadiamento locorregional. Assim, o planejamento do tratamento é mais eficaz, a cirurgia mais previsível e com maior chance de sucesso, diz Dra. Vivian Castilho.

Em vários estudos publicados pela chilena Ximena Wortsmann, foi evidenciado que qualquer nódulo na pele, elevação ou alteração que não tem diagnóstico ou não há conhecimento do quanto é preocupante, pode ter indicação de exame de ultrassom dermatológico de alta frequência para diagnóstico e acompanhamento.

“O ultrassom consegue avaliar inclusive doenças da unha. Diversos pacientes que tratavam micose de unha há anos sem melhora, na verdade, tinham uma doença chamada de psoríase ungueal ou até mesmo um tumor abaixo da unha, diagnosticado ao exame de ultrassom de alta frequência”, segundo Dra. Vivian Castilho.

Pessoas que possuem preenchedores estéticos permanentes como o chamado PMMA (polimetilmetacrilato) podem realizar o exame para detectá-lo. Também conhecida como bioplastia, provocou deformidades e complicações em cerca de 17 mil pacientes de todo o País, segundo pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional São Paulo (SBPC-SP).

A Dra. Vivian Castilho diz que várias outras substâncias injetadas no corpo e usadas na estética podem ser detectadas no exame de ultrassom de alta frequência, inclusive o ácido hialurônico. Quando há conhecimento do produto injetado no corpo, fica mais fácil prevenir complicações em novos procedimentos, e assim, aumentar a segurança. Em complicações relacionadas a qualquer procedimento estético, o exame de ultrassom tem um papel para ajudar na escolha do melhor tratamento para cada caso. As complicações podem se manifestar como nódulos, assimetrias faciais, infecções, edema ou inchaço, dor, desconforto, vermelhidão na pele ou necrose. Outra aplicação do exame de ultrassom é para o pré-operatório de lipoaspiração em que são feitas medidas das espessuras da gordura e procura de hérnias da parede abdominal. Também pode ser usado para o pré-operatório de rinoplastia (cirurgia do nariz) onde avalia-se o formato da cartilagem do nariz e a sua espessura, melhorando o planejamento da cirurgia.

A orientação dada pela Dra.Vivian Castilho é que o profissional capacitado para realizar o exame de ultrassom dermatológico é o médico especialista em radiologia e diagnóstico por imagem. É necessário conhecimento especifico na área de diagnóstico por imagem em conjunto com a dermatologia pois um tratamento eficaz precisa primeiro passar por um bom diagnóstico.

 

Dra. Vivian Castilho, é médica com título de especialista em diagnóstico por imagem, professora na área, faz exames especializados para diagnóstico de doenças dermatológicas, complicações de procedimentos estéticos, doenças autoimunes, relacionadas ao sistema articular e nervos periféricos (partes moles). https://instagram.com/draviviancastilho_?r=nametag

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