O Brasil completou no dia 17 de fevereiro um mês da campanha de vacinação contra o novo coronavírus. Até aquela data, menos de 3% da população recebeu o imunizante, muito atrás proporcionalmente de países como Israel, Estados Unidos, Emirados Árabes e Reino Unido.
Nos últimos meses, o combate à pandemia escancarou a ineficiência da gestão em todo país. Desde a esfera federal, até os estados e municípios, falharam repetidamente na atuação contra a proliferação da doença, na habilitação dos leitos de UTI, indicações de medicamentos com eficácia duvidosa, gestão ineficaz de pessoal técnico e especializado, falta de treinamento adequado das equipes e, mais recentemente, na logística para distribuição de insumos, como o episódio de falta de oxigênio na cidade de Manaus.
Em níveis maiores ou menores, de acordo com a realidade de cada localidade, houve falhas de organização, planejamento e execução que custaram vidas de mais de 240 mil brasileiros. Mais do que nunca, com a crise causada pela Covid-19, constatou-se a urgência de uma gestão profissional nas organizações, sejam elas públicas ou privadas.
“O Brasil precisa de gestão! Um país com mais de 200 milhões de habitantes, sendo uma das 20 maiores economias mundiais, não pode sofrer tanto pela falta de planejamento em diversos setores da Administração pública. A utilização de ferramentas de gestão, como o Planejamento Estratégico, em que se apontam os pontos fortes e fracos dos processos, precisam ser os primeiros passos aplicados por todo gestor no gerenciamento de uma grande crise. Desde o primeiro trimestre de 2020, todas as esferas de governo deveriam ter agido com mais transparência, tornando públicos planos de ações claros e objetivos. Estas ferramentas serviriam para antecipar os principais gargalos da pandemia, evitando que atue-se apenas nos momentos de agravamento do quadro emergencial”, destaca o presidente do CRA-SC, Djalma Henrique Hack.
O grande desafio posto para a nação de dimensões continentais em 2021, será vacinar ao menos 75% de sua população. O resultado passará, invariavelmente, pela boa gestão dos recursos, planejamento adequado, e uma logística impecável para que não haja desperdícios ou falta de insumos, como seringas e agulhas. “É inadmissível, para qualquer país minimamente organizado, deixar de vacinar uma pessoa sequer, por erros básicos de aplicação e gerenciamento de recursos públicos”, avalia o presidente.
Justificativas como a dimensão do país, dificuldade para a aquisição de novas doses, logística complicada e, até mesmo, a troca dos governos municipais, já foram apontadas como motivos para o atraso da vacinação em massa. São razões evitáveis como estas que alertam para a importância da boa gestão, com o objetivo de suprimir novas falhas, seja no combate ao coronavírus, ou em ações rotineiras da Administração Pública.
“A troca de governos, por exemplo, não pode servir de argumento para o atraso de um processo tão importante como a vacinação. As equipes técnicas, compostas por servidores efetivos, devem ser lideradas por gestores que trabalhem com visão de médio e longo prazo, para que não se interrompam ações a cada troca de mandato”, exalta Hack.
Os profissionais da Administração são aptos a liderar pessoas, estruturar processos gerenciais e controlar recursos, tendo o planejamento como principal atribuição. A inserção de gestores técnicos, e não apenas indicações políticas nos cargos estratégicos, é fundamental para que o país possa mudar o balanço negativo e avançar no combate à Covid-19.
“Estamos à disposição para contribuir com a sociedade catarinense e brasileira, na superação de suas dificuldades, pois contamos com profissionais registrados de alta competência. Basta o poder público e as empresas privadas abrirem espaços para participarmos ativamente, que deixaremos as expertises de nossos Administradores e Tecnólogos à disposição para a retomada da normalidade das operações”, completa Hack.
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